O general da reserva Augusto Heleno, ministro da Segurança Institucional, publicou nesta sexta-feira (16) uma série de tuítes reclamando da repercussão do caso de espionagem realizado por agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) a entidades ambientais durante a última Cúpula do Clima, realizada em dezembro de 2019, em Madri, capital da Espanha.
O militar inicia seu fio dizendo que a mensagem estaria endereçada “aos ‘patriotas’, que acham que o Brasil não precisa de ‘inteligência’”.
Em seguida, Heleno afirma que “a Abin, pela Lei 9883/99, tem competência legal para acompanhar a COP 25. Preceitos da Política e da Estratégia Nacional de Inteligência atendem exclusivamente os interesses do Estado”.
Depois, conta que “no dia 17 de dezembro de 2019, a Abin publicou em seu site, de forma transparente, matéria com o título ‘ABIN integra a COP 25’. Lamentável que nomes dos servidores tenham sido divulgados. Isso mostra desconhecimento da legislação e compromete a segurança funcional dos agentes de inteligência”.
Para finalizar, o general disse que seria “deplorável a visão míope de alguns sobre Inteligência de Estado. Temas estratégicos devem ser acompanhados por servidores qualificados, sobretudo quando envolvem campanhas internacionais sórdidas e mentirosas, apoiadas por maus brasileiros, com objetivo de prejudicar o Brasil. A Abind é instituição de Estado e continuará cumprindo seu dever em eventos, no Brasil e no Exterior”.
A denúncia contra a participação da Abin na Cúpula do Clima surgiu de uma reportagem do jornal Estadão, publicada no último domingo.
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados entrou com o pedido formal nesta quinta-feira (15) para que tanto o ministro Augusto Heleno quanto o chanceler Ernesto Araújo prestem esclarecimentos sobre a presença dos agentes na delegação brasileira, alegando que essa situação foi omitida do Congresso Nacional em seu momento.