O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) mudou uma informação em seu cadastro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), e agora afirma que a doação de campanha que recebeu do presidente Jair Bolsonaro, seu pai, no valor de R$ 10 mil teria sido realizada por “transferência eletrônica”, e não em dinheiro vivo, como havia sido registrado anteriormente.
Na semana passada, uma matéria do jornal O Globo mostrou que Carlos, que busca se reeleger para a Câmara Municipal do Rio de Janeiro, teria recebido o valor “em espécie” por parte do seu pai. A matéria também lembrou que essa situação é ilegal, segundo a resolução 23.607 do TSE, de dezembro de 2019, segundo a qual as doações superiores a 1,6 mil reais devem ser feitas somente através de transferência eletrônica ou cheque nominal.
Além disso, Carlos alterou também a data da doação: a primeira informação falava sobre quantia entregue em espécie no dia 2 de outubro, e a retificação aponta que ela foi feita por transferência eletrônica no dia 7 de outubro.
Em sua conta de Twitter, Carlos escreveu que tudo se tratou de “um equívoco”, que ele devolveu o dinheiro ao pai e depois eles refizeram a doação. “O recurso, de origem LÍCITA, então foi devolvido e retransferido como esclarece a regra”, garantiu. Em outra mensagem, ele chamou os jornalistas que repercutiram a informação de “chupadores de alicate”.
Vale recordar, porém, que vários dos casos de corrupção que estão sendo investigados na Justiça, envolvendo membros ou aliados da família Bolsonaro, se caracterizam por grandes movimentações em dinheiro em espécie, incluindo até a compra de imóveis e depósitos por altos valores, situação pouco comum nos dias de hoje.