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Apenas em 2019, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez 435 deslocamentos em aeronaves do governo ou que foram locadas com dinheiro público. Portanto, a cada três dias com agendas fora do Palácio dos Bandeirantes, em dois ele utilizou aviões e helicópteros para se locomover.
As viagens são permitidas por decreto estadual, porém, devem ser feitas "com ênfase na economicidade e na segurança". Este não é o caso do governador tucano. Dentre as viagens feitas por Doria e pela primeira-dama, Bia, há agendas casadas com eventos pessoais, partidários e também do Lide, organização privada de "líderes empresariais" do Grupo Doria. Além disso, o tucano também deu carona a aliados e amigos sem relação direta com a atuação no Executivo paulista.
Informação foi levantada pela Folha de S. Paulo através da Lei de Acesso à Informação (LAI). O governo do estado não informou os gastos totais com as locações, mas, de acordo com o jornal, a estimativa é que tenha sido gasto em torno de R$ 1,34 milhão com aluguel de helicópteros e aeronaves para voos de Doria e Bia em 2019.
A primeira-dama também tem direito a voos pagos pelo governo. No entanto, assim como o marido, usou parte deles para atender fins pessoais: em dois dos 22 traslados feitos em seu nome, Bia foi com a irmã ao aeroporto para tomar voo de carreira e visitar parentes.
Comunicação
Além dos gastos com os voos para atender interesses particulares, o tucano tentou engordar em 37,5% o orçamento para a comunicação do governo em 2020. De acordo com a coluna de Mônica Bergamo, o dinheiro viria a se somar aos R$ 133 milhões que já estavam previstos, o que totaliza uma alta de R$ 50 milhões.
Deputados classificaram como "inábil" a atitude de Doria, que poderia ter remanejado a verba posteriormente, evitando desgaste. Ainda, uma proposta de emenda chegou a ser apresentada pelo governo, mas acabou derrubada.