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Ex-ministro da Justiça no governo de Dilma Rousseff, Eugênio Aragão disse que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tinha melhores opções para o cargo de Procurador-Geral da República (PGR). Porém, para ele, Augusto Aras é quem se sobressai entre os nomes que constavam na lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
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“Existiam escolhas piores. Se fosse qualquer um da lista tríplice, seria a representação do corporativismo mais bruto do Ministério Público. Sob esse aspecto, Bolsonaro não se deixou levar pelo corporativismo. Todos apoiavam sem fazer autocrítica a Lava Jato e faziam parte do DNA corporativo do Ministério Público”, disse Eugênio ao Congresso em Foco.
Para o ex-ministro, Bolsonaro tinha outras duas melhores opções: manter a procuradora-geral, Raquel Dodge, ou indicar o subprocurador José Bonifácio de Andrada, que foi vice-procurador-geral na gestão de Rodrigo Janot. “Bonifácio é uma pessoa extremamente dura, mas com discernimento enorme, que não deixaria abusos continuarem e, ao mesmo tempo, saberia controlar a Casa. O terceiro nome seria o próprio Aras”, considera.
Apesar de vê-lo como a melhor opção em comparação com a lista tríplice, Aragão admite que está confuso em relação ao que esperar de Aras no cargo, cujo ingresso depende de aprovação no Senado. “Por um lado, ele adota discurso que coincide 100% com o que penso. Em artigo no Estadão ele se posiciona contra a espetacularização da Lava Jato. Concordo! Por outro, critica a chamada 'ideologia de gênero' e é a favor da possibilidade de uma democracia militarizada”, pondera.
Discórdia entre bolsonaristas
Apesar de conservador, Augusto Aras já defendeu a ex-presidente Dilma Rousseff e é crítico da Lava Jato e da ditadura militar, o que deixou muitos bolsonaristas descontentes.
Ainda, fora da lista tríplice, Aras se apresentou a Bolsonaro como “antissistema” e foi indicado pelo deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF), integrante da bancada da bala e investigado por corrupção. Fraga, que é coronel da reserva da Polícia Militar, se reuniu por diversas vezes com o presidente para consolidar o seu favorito ao posto.
O anúncio não agradou aos procuradores da Lava Jato, apesar de ser Augusto Aras primo de Vladimir Aras, o preferido por Sérgio Moro e Deltan Dallagnol para a PGR. Vladimir é um dos procuradores que aparece no Vaza Jato e, em conversas divulgadas recentemente, ele defende que Dallagnol se torne candidato ao Senado para vencer os “inimigos” Gleisi Hoffmann e Roberto Requião.