Escrito en
POLÍTICA
el
Por meio de ato constitucional, a Secretaria de Educação de São Paulo, sob o comando do governador João Doria (PSDB), disse que deverá formar um Grupo de Trabalho para analisar e revisar os materiais didáticos acusados de propagar "ideologia de gênero". A pasta irá instituir o grupo com profissionais de "notório saber" da área educacional para estabelecer novos conteúdos às apostilas de ciências dos alunos do 8º ano do ensino fundamental.
Para justificar a ação, a Secretaria de Educação do Estado alegou que os conteúdos estariam em desacordo com a Base Nacional Comum Curricular, aprovada em 2017 pelo Ministério da Educação e também com o Novo Currículo Paulista, aprovado em agosto de 2019. Os cadernos dos professores também foram retirados das salas de aula.
Se você curte o jornalismo da Fórum clique aqui. Em breve, você terá novidades que vão te colocar numa rede em que ninguém solta a mão de ninguém
No entanto, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito também nesta quarta-feira (4) para apurar o recolhimento de apostilas. De acordo com o MP, o procedimento de averiguação considera, entre outras questões, que são objetivos da República Federativa do Brasil construir uma sociedade livre, justa e solidária e promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. O inquérito considera ainda que “o artigo 214 da Constituição prevê que o planejamento das políticas públicas educacionais exige dos poderes públicos ações articuladas que conduzam a promoção humanística, científica e tecnológica do país”. O caso veio à tona na terça-feira (3), depois que o o governador de São Paulo usou o Twitter para fazer coro com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) na questão de “ideologia de gênero”. “Fomos alertados de um erro inaceitável no material escolar dos alunos do 8º ano da rede estadual. Solicitei ao Secretário de Educação o imediato recolhimento do material e apuração dos responsáveis. Não concordamos e nem aceitamos apologia à ideologia de gênero”, disse Doria. Ele mandou recolher o material escolar de ciências para alunos do 8º ano da rede estadual de São Paulo. De acordo com professores, a alegação seria uma página da apostila que contém um texto sobre diversidade sexual, explicando as diferenças sobre “sexo biológico, identidade de gênero e orientação sexual”.