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Durante sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, o escolhido por Jair Bolsonaro (PSL) para ocupar o cargo de procurador-geral da República, Augusto Aras foi duramente criticado por ter assinado uma carta de teses e princípios da Associação Nacional de Juristas Evangélicos (Anajure) defendendo a "cura gay" e limitando a família como heterossexual e monogâmica. Aras disse que assinou o documento sem ler a pauta inteira.
"Depois, cobrado, li, e vi que o artigo 7 tinha um enfoque que já foi superado pelas decisões do STF. Eu não quero de nenhuma maneira dizer que alguém não tenha família. Tenho amigos que têm um casamento homoafetivo. Sou um homem que estuda culturas, não posso deixar de compreender fenômenos culturais e humanos", respondeu Aras.
Em outro momento, Aras foi questionado pelo senador Fabiano Contarato (Rede-ES), primeiro da Casa a ser abertamente homossexual, sobre sua opinião com relação ao tópico da carta que diz que "deve ser facultado a qualquer pessoa tornar-se paciente em tratamento de reversão sexual, por motivos religiosos ou não".
Como resposta, Aras deu resposta diplomática e disse que não acredita na cura gay. "Cura gay é uma dessas artificialidade pela qual eu não tenho nenhuma consideração de ordem científica porque reconheço duas coisas: a medicina, o gênero homem e mulher, e que na vida pessoal, cada um faça na idade adequada a sua escolha e seja respeitado", respondeu.
Aras passa por esta sabatina na CCJ, formada por 27 senadores, como parte do processo para ser oficializado à chefia da PGR. Depois, os parlamentares votarão para decidir se aprovam sua indicação.
Ativismo judicial
O subprocurador também disse hoje ser contra o "ativismo judicial" e cobrou dos parlamentares que eles cumpram seu papel de legislar e fiscalizar os demais Poderes. Para ele, temas como aborto e descriminalização da maconha "devem merecer a apreciação do Congresso Nacional".