Fafá de Belém sobre o atual governo: "Estão falando muita merda por aí"

Cantora tem uma forte relação com a política desde a época das Diretas Já

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Na sua cobertura, no bairro do Jardins, em São Paulo (SP), Fafá de Belém promoveu um jantar, na noite desta segunda-feira (23), que tinha convidados dos mais variados: do mestre da guitarra Manoel Cordeiro até a empresária Viviane Senna. A cantora convocou a reunião para promover o seu espaço “Varanda de Nazaré”, onde apresenta aos convidados a tradicional festa do Círio de Nazaré, em Belém (PA). Antes de falar dos atrativos da principal festa religiosa do Pará e de como o povo da capital paraense se preparar para o maior evento do estado, Fafá conversou com a reportagem da Fórum sobre diferentes temas da política nacional. Ela lembrou do episódio em que a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, falou que os crescentes casos de abuso e exploração sexual de crianças na Ilha do Marajó acontecia porque as meninas não usavam calcinhas. A fala de Damares provocou a ira de Fafá de Belém que, à época, postou um vídeo nas redes sociais externando toda a sua indignação. “Não dava para ficar calada. Porque é como se estivesse falando das minhas netas. Se essas meninas não têm que as defendam, é nossa missão defendê-las. Eu fiquei enlouquecida”, disse. A cantora, que foi ativista pela redemocratização do Brasil e cantou em vários comícios das Diretas Já, afirma que atualmente há um exército de robôs nas redes sociais que existe apenas para ofender inimigos políticos. Ela mesma foi vítima desses ataques quando respondeu a ministra e lembrou de um episódio recente que também envolveu uma grande artista brasileira. “Estava vendo as reações sobre a fala do presidente da Funarte contra a Fernanda Montenegro. Eles não discordam com argumentos lógicos, eles vão ofendendo a mulher. Chamam de velha e outras coisas. Isso aconteceu comigo. Ninguém dizia se eu podia me posicionar, de que discordava sobre o que eu falei, eram só coisas horrorosas, acusações e grosserias”, relatou. A cantora revelou que, em 2014, votaria no ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para presidente, e afirmou que se sentiu traída com o último governo do ex-presidente Lula. “No segundo mandato do Lula tinha no palanque tudo o que nós lutamos para tirar nas diretas”. Ainda no campo da política, ela é amiga pessoal de João Doria e crítica ao governo Bolsonaro. Mesmo assim, tem preferido se manter calada para falar sobre o tema, pois segundo ela "estão falando muita merda por aí”. “Eu não posso cobrar de você a atitude que eu gostaria que você tivesse. Eu acho que houve muitos ataques em cima de artista que apoiaram o Bolsonaro. É um direito deles. A queima às bruxas foi muito grande dos dois lados. Do lado do Bolsonaro não tinha ninguém com argumento, mas foram coisas horríveis. A Regina Duarte tinha o direito de apoiar o Bolsonaro”, avaliou.