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O ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sergio Moro, de acordo com matéria publicada no jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira (23), constrói uma base própria no Congresso, enquanto o governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) continua sem sustentação parlamentar sólida para impulsionar as demais reformas.
O time de Moro é difuso na Câmara, com pelo menos cem deputados. Número insuficiente, todavia, para barrar a criação da comissão parlamentar de inquérito (CPI) que pretende investigar seus atos na Lava-Jato, endossada por 175 deputados. É no Senado que o desenho da bancada pró-Moro fica mais nítido devido à recomposição de forças na Casa.
Desde a divulgação em junho de mensagens que expuseram a sua proximidade com procuradores da Lava-Jato e colocaram em dúvida a sua imparcialidade como juiz federal, Moro deflagrou um corpo a corpo com parlamentares, em almoços e jantares privados, em busca de apoio político.
A “bancada de Moro”, que se delineia numa conjuntura cada vez mais clara de dissociação entre lavajatistas e bolsonaristas, reúne deputados e senadores de vários matizes: PSL, Podemos, do centro, como DEM, PRB, PSD e MDB, e até mesmo da esquerda, como PSB e PDT, todos orbitando em torno de uma agenda comum de combate à corrupção, defesa da Lava-Jato e redução da violência.
Segundo o Datafolha divulgado no começo do mês, Moro tem aprovação de 54% da população, índice 25 pontos acima da nota atribuída a Bolsonaro. Seu bloco de apoiadores quer vincular a imagem à do ministro mais popular do governo, mirando os dividendos políticos, sobretudo a um ano das eleições.