STF pede que Bolsonaro se explique sobre bloqueio a jornalistas no Twitter

O jornalista e ativista LGBT William De Lucca foi o responsável por apresentar a ação e disse que atitude configura em mais um ato autoritário de Bolsonaro

Foto: Marcos Corrêa/PR
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A ministra Carmen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) se manifeste sobre o bloqueio que aplicou no Twitter contra o jornalista e ativista LGBT, William De Lucca. Ainda, Bolsonaro tem dez dias para explicar por que bloquear jornalistas nas redes sociais não é um abuso e um ato ilegal. Segundo o despacho da ministra, a manifestação do presidente é imprescindível “pela relevância das questões postas na presente ação”. O advogado do caso, Antonio Carlos Carvalho, elogiou a decisão da ministra e ressaltou que era um procedimento possível neste caso. "A Ministra fez um ótimo resumo do caso no despacho e já se atentou para a importância dessa discussão. Esperamos que o STF restabeleça a justiça, e que determine que a liberdade de expressão seja respeitada por qualquer brasileiro, principalmente o Presidente da República", disse o advogado. Para William De Lucca,  bloqueado nas redes sociais por discordar do presidente, é fundamental que o Supremo analise o caso e se manifeste contra o que ele considera ser mais um ato autoritário de Bolsonaro. "Uma autoridade não pode usar uma função que silencie a participação de cidadãos nos debates públicos que propõe, porque isso é autoritário e antidemocrático. É preciso que as instituições funcionem no sentido de frear estes arroubos de Bolsonaro contra as liberdades, seja em casos como este ou em situações que impactam um maior número de pessoas", explicou o jornalista. Possível candidato William De Lucca anunciou por meio de seu Twitter, na última quinta-feira (12), que colocou seu nome à disposição do PT para as eleições de 2020. Ele conta que foi convidado diversas vezes para apresentar-se como candidato à Câmara dos Vereadores e agora se entende pronto para tal empreitada. “Sempre cobrei que nosso campo apresentasse novos quadros, que oxigenasse os debates. Em 2018, me filiei ao PT com Lula e, após muita reflexão e por pedido dos meus pares, anuncio que coloquei meu nome a disposição para a disputa ao cargo de vereador em São Paulo, em 2020”, declarou.