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O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, decidiu embarcar na empreitada do presidente Jair Bolsonaro de interferir na Polícia Federal com o objetivo de defender aliados. Em ofício enviado ao comando da PF Moro cobra investigação sobre "fraude processual" cometida por oficiais ao incluírem o deputado federal Hélio Lopes, o Hélio Negão (PSL-RJ), em investigação "indevidamente".
Moro pediu a "imediata apuração dos fatos no âmbito administrativo e criminal, com a identificação dos responsáveis", argumentando que o nome de Hélio teria sido incluído "com o aparente intuito de manipular o governo federal contra a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro".
Por conta da investigação aberta contra Hélio - que Moro diz ter sido "confundido" com outra pessoa de mesmo apelido -, Bolsonaro interveio na PF do Rio e exonerou o superintendente Ricardo Saadi. Moro era contrário à interferência, mas pouco fez, mesmo recebendo pressões de delegados da corporação e do diretor-geral da PF, Maurício Valeixo.
O ofício de Moro foi enviado exatamente no primeiro dia das férias de Valeixo, e teve como destinatário o diretor-geral em exercício da Polícia Federal , Disney Rossetti. Há uma forte possibilidade do titular do cargo se demitir e não voltar mais.