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Após ser demitido da direção do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o físico Ricardo Galvão revelou que desde janeiro vinha enfrentando dificuldades para informar os órgãos ambientais sobre os focos de desmatamento. O processo de fritura de Galvão começou depois que o presidente Jair Bolsonaro insinuou que o físico estaria “a serviço de uma ONG”, declaração imediatamente rebatida pelo diretor do Inpe. Tanto Bolsonaro quanto o ministro do meio Ambiente, Ricardo Salles, contestaram publicamente os dados sobre o avanço do desmatamento divulgados pelo Inpe.
Galvão, que ocupava o cargo desde 2016 (tinha mandato de quatro anos), mas alega que nunca foi procurado por Salles para debater o assunto. Cabe à pasta comandada por Salles combater o desmatamento informado pelos relatórios do Inpe. Ao procurar o ministro Marco Pontes (Ciência e Tecnologia), a quem era subordinado, Galvão foi informado da decisão do Palácio do Planalto. “O ministro (Pontes) disse que ia me exonerar, porque minha situação com a presidência ficou complexa, e não poderia haver na direção do Inpe alguém em quem eles (o governo) perderam a confiança — disse Galvão ao repórter Renato Grandelle, de O Globo.