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Gladson Cameli (PP), governador do Acre, causou polêmica após aparecer em vídeo orientando produtores rurais a não pagarem multas aplicadas pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac). O desmatamento no estado no primeiro semestre foi o que que mais aumentou proporcionalmente em relação com o ano passado: 364%. Durante as eleições, Camelli, que pôs fim em um período de 20 anos de governos do PT, havia prometido "acabar com a florestania do PT" e favorecer o agronegócio.
"Se o Imac (Instituto do Meio Ambiente do Acre) estiver multando alguém, me avisa (…). Me avisem e não paguem nenhuma multa, porque quem está mandando agora sou eu", diz o governador em vídeo gravado durante visita a Sena Madureira, em 31 de maio. Ele ainda declarou que não vai “permitir que venham prejudicar quem quer trabalhar”. O Imac é um órgão do governo do Acre responsável por ser executor da política ambiental do Estado.
Segundo a ONG Imazon, o Acre é o estado da Amazônia que mais viu crescer o percentual de desmatamento em 2019. Dados do sistema de monitoramento da ONG, o SAD, apontam que a área desmatada no primeiro semestre saltou 364%: foi de 14km² para 65 km². À título de comparação, o Pará, segundo colocado, viu o índice crescer em 23%.
Cameli assumiu o governo do estado prometendo acabar com o modelo da Florestania, empreendido pelos governo do PT e que buscava um desenvolvimento sustentável para o Acre. O atual governador busca expandir a produção de soja e o agronegócio no estado, hoje bastante limitados.
Questionado pela Folha sobre a declaração, o governador disse que antes, os "produtores rurais viviam traumatizados pelos excessos cometidos nas gestões anteriores, que ultrapassavam a própria legislação".