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POLÍTICA
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Ao ser perguntado sobre o que achou da fala do presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) a respeito do desaparecimento de Fernando Santa Cruz, pai do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta terça-feira (30) ao blog de Tales Faria, no UOL: "No mais, apenas criando um aparelho de mordaça".
Marco Aurélio disse ainda: "Tempos estranhos. Aonde vamos parar?"
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Um outro ministro do STF ouvido pelo blog sob a condição de anonimato argumentou:
"O pior de tudo é o mau exemplo, a associação do sucesso político ou qualquer outro à incivilidade e à grosseria. Por outro lado, acho que pode ser um marco de como as pessoas não devem ser. A repugnância tem sido geral."
O documento secreto RPB 655, elaborado pelo Comando Costeiro da Aeronáutica, mostra que Jair Bolsonaro mentiu, ao dizer, nesta segunda-feira, que Fernando Santa Cruz foi morto por militantes de esquerda. O relatório militar comprova que o pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, foi preso pelo regime em 22 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro.
Há outros relatos que desmentem a versão de Bolsonaro para o fato. No livro “Memórias de uma Guerra Suja”, o escritor Marcelo Netto, ex-marido da jornalista Miriam Leitão, é descrito que Fernando foi morto, em 1974, pelos militares, em um local que ficou conhecido como “Casa da Morte”. O imóvel ficava na cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro.
O maior erro
Para o editor da Fórum, Renato Rovai, o ataque de Bolsonaro ao presidente da OAB foi o seu maior erro político até o momento. Rovai considera que ele ultrapassou alguns limites que podem começar a construir uma frente mais ampla pelo seu impeachment.
Um presidente começa a cair no Brasil quando perde, além da maioria no Congresso, também o apoio de algumas instituições. As principais: CNBB, OAB e ABI, que, mesmo bem menor, expressa um valor fundamental, a liberdade de imprensa.