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Com nomeação publicada nesta semana, o novo diretor do Centro de Artes Cênicas da Funarte, Roberto Alvim, disse que chegou a pensar em profissões alternativas quando viu a repercussão do seu posicionamento a favor de Bolsonaro. Ele ainda diz que "não é possível ser artista e conservador ao mesmo tempo" no Brasil e que cometeu um "suicídio profissional" ao se posicionar a favor do presidente.
Em entrevista à coluna da jornalista Monica Bergamo, da Folha de S. Paulo, Alvim disse que viveu seu "segundo milagre" com a ligação de Bolsonaro para a ocupação do cargo na Funarte. O primeiro foi ter se recuperado de um tumor no intestino, cura que ele atribui às orações da babá evangélica de seu filho. O diretor ainda diz que não tem críticas ao governo e que não entende de "política". "Não preciso ser o Caetano Veloso que vai abrir a boca e dar posicionamento sobre tudo. O que eu sei é que o presidente declara valores e princípios com os quais eu me alinho existencialmente", comenta.
A indicação de Alvim para o cargo na Funarte causou um rebuliço na classe artística, inclusive a própria Associação de Servidores da Funarte (Asserte) chegou a fazer uma carta de repúdio à indicação. O principal problema da indicação de Alvim foram suas declarações sobre "criar uma máquina de guerra cultural" de artistas conservadores contra artistas de esquerda.
Na entrevista, Roberto Alvim ainda revelou que já teve problemas com dependência química e que chegou a ter uma overdose. Seus problemas com drogas repercutiram em sua família, sendo que sua esposa já foi vítima de inúmeras agressões. "Você acha que quando você chega em casa depois de três dias, vindo sabe Deus de onde, da esbórnia, e a sua mulher pergunta 'onde você tava', você acha que vira para ela e fala 'eu estava ali, meu amor'? Não. Você mete a mão na cara dela, se for o caso, você fala pra ela calar a boca. E ela aguentou muita coisa por causa disso". Hoje, depois de algumas recaídas, Alvim está fora dos vícios.