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O deputado federal Marcelo Freixo criticou nesta terça-feira (4) o projeto de Bolsonaro que propõe, entre outras medidas sobre a penalização no trânsito, dobrar o limite de pontos na carteira de habilitação. Em uma de suas contas de rede social, questionou se o presidente estaria legislando em causa própria.
“O Bolsonaro, a primeira-dama e os três filhos acumulam 44 multas de trânsito em apenas cinco anos. Hoje o presidente estará na Câmara e entregará projeto que eleva de 20 para 40 os pontos pra perder a carteira de habilitação. A outra proposta é retirar radares de velocidade. Legislando em causa própria?”, diz a postagem do deputado.
O número de multas da família Bolsonaro já havia sido divulgado em abril deste ano. Os piores casos são de Michelle e Flávio Bolsonaro, que colecionam respectivamente, ao longo de cinco anos, 41 e 39 pontos, superando no último ano os 20 pontos, fato pode ter como consequência a suspensão da carteira de habilitação.
A maioria das multas da família é por excesso de velocidade: 24 das 44. O recordista é Flávio, autuado 13 vezes. Nem Michelle nem Flávio tiveram a licença para dirigir suspensa.
Carlos Bolsonaro somou, em cinco anos, 24 pontos, em seis multas. Eduardo é o que tem menos pontos registrados, sete até agora. Ele foi notificado de nove multas em cinco anos.
Em guerra contra o que chama de “indústria da multa”, Bolsonaro já havia anunciado também que impediria a instalação de mais de 8 mil radares e lombadas eletrônicas em rodovias federais, sinalizando que quem sofre acidentes de trânsito é “otário”.
“Não, não tem local de risco. Ninguém é otário. Tem uma curva na frente, uma ribanceira, o cara entrar a 80, 90, 100 km por hora. Não é otário, não faz isso aí. Não precisa ter um pardal para multar o cara lá”, disparou em fala registrada em vídeo.
Segundo dados divulgados pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil é o terceiro país com mais mortes no trânsito, superado somente por China e Índia, países com populações pelo menos seis vezes maiores. Em 2018 foram mais de 38 mil mortes no trânsito no país.
O relatório “Global Status Report on Road Safety” de 2018 ressalta a redução de mortes no trânsito no país após a instalação de leis mais rígidas contra beber e dirigir e o início da obrigatoriedade de freios ABS em todas as motos do mercado a partir de 2019.
Por outro lado, coloca o país na pior classificação referente ao limite de velocidade em áreas urbanas. A Organização sugere que todas as cidades do mundo adotem velocidades máximas de 50 km/h nas áreas urbanas e 30 km/h em áreas residenciais e/ou com grande circulação de pessoas, na contramão das propostas do presidente.