Nervoso com apreensão de cocaína, Carlos Bolsonaro ataca vereadores do PT e PSOL
A reação de Carlos Bolsonaro ao ouvir o nome de seu pai em meio às notícias da apreensão de 39 kg de cocaína em um avião da comitiva presidencial foi xingar os vereadores Reimont (PT) e Tarcísio Motta (PSOL)
O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) ficou visivelmente abalado, nesta quarta-feira (26), com as notícias do avião da comitiva presidencial flagrado transportando 39 kg de cocaína para a Espanha. O aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) acompanharia o presidente Jair Bolsonaro em sua viagem ao Japão e o sargento apontado como o responsável pelo transporte do material entorpecente já viajou com o alto escalão do governo em inúmeras outras ocasiões.
Ao ouvir o nome de seu pai junto ao caso da apreensão de cocaína, na Câmara dos Vereadores do Rio, o 'pitbull' da família Bolsonaro começou a disparar ataques contra vereadores do PT e do PSOL com palavras de baixo calão.
O clima começou a esquentar quando o vereador Reimont (PT) afirmou, no plenário da Câmara, que não poderia responsabilizar Bolsonaro diretamente pela prisão do sargento que transportava a droga, mas que o presidente devia explicações.
Carlos, então, disparou: "O nome da minha família mais uma vez foi citado anteriormente por um vereador que pra mim é um vereador zero a esquerda literalmente, um vereador cabeça de balão".
Tarcísio Motta (PSOL), então, saiu em defesa do petista, olhando para o presidente da Casa, Jorge Felippe (MDB), e pedindo questão de ordem e "respeito".
O filho do presidente, por sua vez, voltou seus ataques ao psolista. "Respeito é o cacete! Eu respeito quem eu quiser! E você tem que ir pra Venezuela fazer um regime porque está muito gordinho, tá bom? As informações chegam muito distorcidas aqui dentro", disse o vereador, que seguiu provocando Tarcísio enquanto o psolista pedia respeito.
"Relaxa, fofinho!", exclamou Carlos, ao que Tarcísio respondeu: " Eu não vou aceitar, não vou aceitar ser chamado de fofinho, o senhor recomponha-se!".
Jorge Felippe, então, afirmou que retiraria as palavras de baixo calão proferidas pro Carlos das notas oficiais da Casas, não antes do 'pitbull' finalizar com mais provocações.
"Qualquer um aqui sabe que quando um avião presidencial parte para outro país vai antes outro avião para averguar a questão de segurança. E foi provado que o militar preso em Sevilha, Manuel Silva Rodrigues, ele não tinha qualquer cargo na Presidência. Não estava diretamente ligada à equipe do presidente. Mas é claro que a esquerda vai ignorar esses fatos. Infelizmente temos aqui fanfarrões, que sobem à tribuna, sem a mínima preocupação com a verdade, somente para transformar isso aqui em um circo (...) Mas o presidente Jair Bolsonaro vai continuar presidente. O ministro Sérgio Moro vai continuar sendo ministro. E a esquerda vai continuar sendo detonada, como vem sendo há muito tempo nesse país, porque nos destruiu, não economicamente, mas moralmente. Em todos os sentidos. Eles vão conhecer o lugar de onde eles vieram que é a latrina. Ouviu, cabeça de balão? Um abraço ao senhor", disparou.
No Twitter, Tarcísio Motta não comentou o 'bate-boca', mas fez uma sequência de postagens sobre a apreensão de drogas no avião presidencial.
Enquanto Moro fugia e visitava o setor q investiga drogas no FBI, a comitiva de Bolsonaro dava carona p/ 39 kg de cocaína. E no descompasso dessas contradições, o governo "anticorrupção", "antidrogas", "antissistema", a cada dia se parece com tudo o que sempre existiu no poder. pic.twitter.com/diOSRYNy5f
O caso do avião traz algumas perguntas ainda não respondidas. A principal delas é: pq o avião do presidente, já que o com a cocaína era o reserva, não parou em Sevilla, deu meia volta e foi para Lisboa? #BolsoNarcos
A gente sempre insistiu que a guerra às drogas era uma guerra aos pobres, pretos e favelados. A cocaína no avião presidencial e no helicóptero do senador são exemplos de que o traficante não só está nas mansões, como ocupa o poder. #bolsonarcospic.twitter.com/b2iBqbVAlg
"Caso seja comprovado envolvimento do militar no crime, o mesmo será julgado e condenado na forma da lei", diz Bolsonaro. Ñ é tiro na cabeça, ñ é míssil, mas garantia da lei. Isso tem q valer no ar, asfalto, campo, favela, qq q seja o crime. É isso o q sempre defendemos, talkey?