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POLÍTICA
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Finalmente depois de duas semanas de vazamentos e bombas envolvendo a Gestapo de Curitiba, finalmente voltarei meus olhos para o governo, diretamente para Bolsonaro e seu ressentimento pelas forças armadas que em um passado não tão distante lhe trataram com desdém.
Durante entrevista ao Datena em maio, Bolsonaro disse que as forças armadas foram sucateadas no governo PT e que estamos expostos a qualquer um. Impôs uma humilhação aos militares e ainda com base em mentiras.
Impôs humilhação? Não é segredo para ninguém que o Bolsonarismo capitaneado pelo alucinado Olavo de Carvalho está em rota de colisão com os militares, ofensa contra generais, membros do governo e acusações de baixo nível, tudo endossado pelo presidente que concedeu o grau máximo da Ordem Nacional de Rio Branco, de Grã-Cruz tanto para Olavo quanto ao vice-presidente.
“Ah mas Cleber, ele deu a honraria ao vice militar também….”. Será que é tão difícil perceber? Não importa, a partir do momento que o presidente decide condecorar um sujeito que passa seus dias atacando os militares, ofendendo os militares e perseguindo militares ele ou concorda com as declarações, ou no mínimo tem um profundo desdém pelas forças armadas.
Agora a pergunta que não quer calar é? Porque os militares possuem tanto ódio ao PT e se sujeitam ao papel de capachos e aceitam humilhações de um maluco vislumbrado com o poder?
As mentiras de Bolsonaro
Além de alegar que nossas forças armadas são uma porcaria (é claro, de maneira educada), ele ainda atribuiu tudo isso ao governo PT, como um maléfico plano do comunismo.
Risos. Como segue o receituário de todo burro convicto, Bolsonaro afirmou algo que não tem qualquer conhecimento como em todas as suas declarações, porém vamos aos fatos…
O Brasil possui 393 tanques e 1.627 blindados enquanto a Venezuela possui um terço desse poder, além disso possuímos 55 navios militares e 5 submarinos enquanto nossos vizinhos contam com 39 navios e 2 submarinos.
Falando em submarinos, aconteceu nos governos petistas que o sonho dos militares saiu do papel: o Submarino nuclear. Além disso
Em 2015 segundo um levantamento do International Institute for Strategic Studies o orçamento do país para o setor militar foi de cerca de 31,9 bilhões de dólares, mostrando que o país investiu mais em suas forças armadas até mesmo que Israel!
Antes disso, em 2009, uma pesquisa realizada pelo instituto argentino Centro de Estudos Nova Maioria (CENM) mostrou que o Brasil era o 12º país que mais investia seu orçamento com os militares.
Ainda entre o inicio e o fim dos governos Lula, o orçamento da defesa mais que dobrou, passando de R$ 24,85 bilhões para R$ 61,2 bilhões
Foi também nos governos petistas que a FAB ampliou sua capacidade operacional e recebeu largos investimentos! Além disso os militares receberam reajustes salariais na casa dos 30%. Já no inicio do primeiro mandato da ex-presidente Dilma o exercito ainda assumiu o protagonismo dos investimentos do governo.
Além de querer culpar o PT, Bolsonaro ainda teve como objetivo atingir Mourão e os militares. “Nunca antes na história desse país” um chefe do executivo impôs tamanha humilhação ao exército, nem mesmo Dilma, ex-guerrilheira e vitima de torturas brutais pelos militares foi capaz de tanto.
Recentemente o governo também demitiu 3 generais de suas “fileiras”, destaque para os generais Juarez Cunha e Santos Cruz. O primeiro foi acusado de “comportamento sindicalista” e o segundo foi vítima da intentona olavista dentro do governo Bolsonaro que segue em uma campanha de desconfiança dos militares.
No início do ano o coronel Ricardo Roquetti, foi exonerado do ministério da educação, era o segundo no comando da pasta e teve sua cabeça pedida por Olavo de Carvalho e seus seguidores, causando uma fratura no meio militar em uma relação já abalada após acenos irresponsáveis do chanceler Ernesto Araújo aos EUA sinalizando que poderia criar um corredor no meio da Amazônia para livre circulação de militares americanos em caso de uma eventual guerra com a Venezuela.
A ideia causou arrepios na caserna que viu a declaração do chanceler olavista como um atentado contra a soberania nacional. A ideia da construção de uma base americana em solo brasileiro também foi outro ponto critico, a coisa foi tão séria que o debate logo foi abafado e o assunto nunca mais tocado.
Em um outro texto falarei sobre o desejo do governo Bolsonarista em suscitar uma espécie de tenentismo em prol do seu governo. A denúncia é grave e já está em curso, basta saber se o governo será capaz ou terá coragem de levar sua intentona direitista adiante.