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Muito antes das reportagens do The Intercept, e dos questionamentos à Operação Lava Jato virarem modinha, um sujeito já havia denunciado, solitariamente, o lado podre da República de Curitiba. Se trata de Rodrigo Tacla Durán, o ex-advogado da Odebrecht que se refugiou na Espanha em 2017, com medo de represálias daqueles que o extorquiram.
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As revelações do escândalo Vaza Jato trouxeram seu nome à tona mais uma vez, a partir de um diálogo entre Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, que teria acontecido no dia 31 de agosto de 2016, segundo o The Intercept, em que o juiz pergunta ao procurador se não estavam há muito tempo sem novas operações, e recebe a seguinte resposta: “É sim. O problema é que as operações estão com as mesmas pessoas que estão com a denúncia do Lula. Decidimos postergar tudo até sair essa denúncia, menos a op do taccla [Tacla Durán] pelo risco de evasão, mas ela depende de articulação com os americanos (que está sendo feita)”.
Em entrevista ao portal UOL, o advogado contra que decidiu fugir do Brasil após a extorsão que sofreu por parte de pessoas ligadas à Lava Jato. Ele assegura: “paguei para não ser preso”, e indica que o valor foi pago em partes. A primeira parte, 612 mil dólares, teria sido entregue ao advogado Marlus Arns. O valor total desembolsado por Tacla Durán para escapar da prisão, segundo seu testemunho ao UOL, seria de 5 milhões de dólares.
Outra figura que teria participou da extorsão, segundo o testemunho de Tacla Durán, é o advogado Carlos Zucolotto Junior, amigo pessoal de Moro e sócio de sua mulher, Rosângela Moro.
Após sua fuga para a Espanha, Tacla Durán passou a ser denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) de Curitiba por uma série de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Seu pedido de extradição ao Brasil foi solicitado pelo próprio Sérgio Moro, quando ainda era juiz da 13ª Vara de Curitiba. Contudo, a ordem foi rejeitada pela Justiça espanhola. Em Madri, onde é considerado um refugiado, o advogado vive em liberdade.