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Durante a manifestação contra os cortes da Educação, na capital paulista, a professora Ana Paula Corti, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), declarou que ficou chocada ao saber que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, criou uma plataforma de ‘denúncias’ de professores que estivessem coagindo alunos de escolas públicas a participarem dos atos desta quinta-feira (30).
“Hoje, eu estava desde às 6 da manhã na instituição que eu trabalho, convencendo as pessoas, fizemos uma aula pública na rua e foi tão lindo ver os alunos aprendendo, discutindo. Ser criminalizado por isso é um sentimento de revolta”, afirmou Ana Paula.
A professora revelou que o IFSP já está sentindo os cortes de verbas promovidos pelo governo. “Na verdade, desde 2015, a gente tem vivido cortes na Educação. Mas este ano, com o anúncio deste novo corte, o próprio diretor do campus, por exemplo, disse que a partir de agosto fica praticamente inviável a rotina da instituição”, destacou.
Segundo ela, embora já tenha passado por outros cortes, “é a primeira vez que a gente tem uma ameaça real de fechamento. Como a gente tinha um corte anterior, ele vai cortar 50% em cima do que já estava cortado. A gente, de fato, vai começar a ter problemas em agosto, para pagar contas de água e de luz, e de manter os terceirizados”.
Impacto
Em relação ao impacto das manifestações, ela ressaltou que a Educação é uma pauta aglutinadora, que tem poder de chamamento na sociedade. "Acho que eles (governo) estão bem assustados e tendo uma reação, que é típica do perfil do governo, que é ter mais agressão ainda”.
“É curioso que, mesmo com toda essa mobilização, do 15M para cá a gente vem sofrendo mais decretos de desmonte, que ameaçam, por exemplo, a nomeação de cargos, como reitor, diretor, que isso teria que passar pelo MEC", prosseguiu a professora.
Site
Ana Paula prosseguiu lembrando da nova medida do governo, que estabelece que os institutos não podem mais ter um site próprio. “O site teria que ser centralizado pelo MEC, todo conteúdo do site teria que passar pelo crivo do MEC. A gente está numa situação realmente muito difícil. Fica cada vez mais explícito que é um governo contra a Educação”.
“As medidas autoritárias são um desrespeito ao educador, ao professor, nós somos trabalhadores também. É um governo contra o povo. Perseguir professor é estar contra a Educação do povo. Isso mostra o projeto autoritário que eles têm”, completou.
Com informações do repórter Gil Luiz Mendes, direto de São Paulo