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A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a maior do país com 65 mil estudantes matriculados, sofreu um duro golpe por parte do governo de Jair Bolsonaro.
A direção da instituição anunciou que sofreu um corte de 41% em seu orçamento, o que representa R$ 141 milhões. De acordo com Roberto Leher, reitor da UFRJ, a medida tem tamanha dimensão para a instituição que significa como se “o fim do ano tivesse sido antecipado".
Na terça-feira (30), Abraham Weintraub, ministro da Educação, divulgou que a pasta faria um corte de 30% em todas as universidades federais.
Leher afirmou que as consequências para a instituição podem aparecer nas próximas semanas.
“Como a UFRJ é uma universidade grande e tem um gasto fixo de limpeza maior que as demais, e considerando que ela já vem operando em déficit muito grande, esse bloqueio impede que a UFRJ pague terceirizados”, disse o reitor.
Não há mais recursos para pagar as contas. “Sem reversão imediata desse corte, já nas próximas semanas vamos ter problemas graves de manutenção de atividades essenciais, como energia, limpeza, segurança, e segurança patrimonial. Há possibilidade de interrupção de pesquisa, temos hospitais de ensino que precisam desses recursos”, denunciou Leher.
Desconhecimento
Sobre a afirmação de Weintraub, que acusou a “intolerância de reitores de esquerda”, Leher rebateu. Disse que mostra o desconhecimento de Weintraub da universidade. O ministro tuitou esta semana: “Para quem conhece universidades federais, perguntar sobre tolerância ou pluralidade aos reitores de esquerda faz tanto sentido quanto pedir sugestões sobre doces a diabéticos”.
“Nós estamos ansiosos para conversar com o ministro e apresentar a ele essas instituições. Universidades que estão sob o pensamento único, que são dogmáticas, que adotam formas de pensamento fundamentalista são incapazes de produzir conhecimento. A pujança acadêmica da UFRJ é uma demonstração de que liberdade de pensamento é algo salutar”, ressaltou Leher.