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Depois que apoiadores e patrocinadores anunciaram boicote ao evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados que homenageará Jair Bolsonaro (PSL) no próximo dia 14 em Nova York, os cofres públicos foram abertos para ajudar a financiar a festa para o capitão.
Reportagem de Ricardo Balthazar, na edição desta sexta-feira da Folha de S.Paulo, informa que o Banco do Brasil e o Consulado-Geral do Brasil em Nova York, órgão ligado ao Itamaraty, estão ajudando a bancar a festa, patrocinada em grande parte por banqueiros brasileiros.
É a primeira vez que o BB participa do evento como patrocinador. O banco pagou US$ 12 mil (R$ 47,5 mil) para ter uma mesa com dez lugares no jantar de gala anual da entidade, cujo objetivo é arrecadar fundos para patrocinar interesses de empresas brasileiras e americanas nos Estados Unidos.
Já o Ministério das Relações Exteriores afirmou ter pago US$ 10 mil (R$ 39,6 mil) por sua mesa e que contribuiu para o evento em outros anos.
Diversidade
O evento tem sido alvo de boicotes pela presença de Bolsonaro. O Museu Americano de História Natural desistiu de emprestar sua sede para o jantar após receber críticas da comunidade acadêmica.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, do Partido Democrata, disse que Bolsonaro não era bem vindo à cidade e o chamou de racista, homofóbico e destrutivo. O senador democrata Brad Holyman promoveu um abaixo assinado e subiu a tag #CancelBolsonaro no Twitter para buscar adesão ao boicote da homenagem ao "homofóbico notório".
A companhia aérea Delta, a consultoria Bain & Company e o jornal Financial Times, que tinham topado apoiar a festa, recuaram no início desta semana. Ao explicar a decisão, a Bain disse à CNN que “celebrar a diversidade é um princípio essencial” da empresa.
Na semana passada, Bolsonaro mandou demitir o diretor de marketing do BB e suspender uma campanha publicitária que usava jovens, mulheres e negros para representar a diversidade da sociedade brasileira. “Essa não é a minha linha”, disse Bolsonaro a jornalistas, ao explicar o veto.