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Por Victor Farinelli, de Valparaíso, no Chile
Um dos mais radicalizados grupos pró-Trump, o UCP (sigla em inglês dos Patriotas Constitucionalistas Unidos), iniciaram neste fim de semana a construção do seu próprio muro privado na fronteira com o México.
Segundo a agência de notícias AFP e o diário mexicano La Jornada, o grupo conseguiu levantar, entre sábado (25) e domingo (26), um primeiro trecho de 800 metros desse muro, em um ponto da fronteira entre Texas e o Novo México, nos Estados Unidos, e a mexicana Ciudad Juárez (Estado de Chihuahua). O UCP considera este um dos acessos mais utilizados por imigrantes, principalmente as caravanas de centro-americanos que tentam chegar a pé aos Estados Unidos, e se tornaram tendência nos últimos meses.
Quem se apresenta como um dos proprietários do muro privado é Jeff Allen, que comprou há seis anos o terreno onde foi construído o trecho levantado no fim de semana. Segundo Allen, “isto aqui não é Europa, estamos nos Estados Unidos, e aqui nós protegemos as nossas fronteiras. Este é o nosso primeiro (muro) privado”.
Allen também critica o Congresso estadunidense, que tem impedido reiteradas vezes a aprovação do projeto do presidente Donald Trump para a construção do muro. “Nós estamos reunindo bastante ajuda, e assim mostramos ao Congresso que se eles estão falhando, teremos que lutar por nós mesmos”.
O ativista de extrema-direita garante que o muro está sendo financiado por centenas de apoiadores da UCP em todo território estadunidense. O responsável pela arrecadação é membro da organização, Brian Kolfage, um veterano de guerra amputado de ambos os pés e um braço. Segundo ele, sua iniciativa conseguiu reunir em cinco meses mais de 22 milhões de dólares, de cerca de 262 mil doadores, através de um site dedicado a esta meta.
Também afirma que sua meta é chegar ao 1 bilhão de dólares, visando construir frações do muro em toda a fronteira com o México – de mais de 3 mil quilômetros.
Curiosamente, Allen relatou à reportagem do La Jornada que foi casado com uma mulher de Ciudad Juárez, onde viveu durante três anos e meio, até que uma onda de violência em 2009, o obrigou a volta ao seu país. Por essa razão, ele insiste em dizer que sua iniciativa e da UCP “não tem nada a ver com racismo ou xenofobia, eu não sou racista, minha mulher e minha filha são mexicanas”.
Allen também comenta que a zona onde está o muro privado é vigiada por ex-militares e veteranos de guerra estadunidenses, que conformam boa parte dos integrantes da UCP, uma situação que foi alvo de polêmica semanas atrás, quando o grupo foi acusado de atuar como uma milícia anti imigrantes, suplantando o trabalho da Patrulha Fronteiriça – os ativistas de extrema-direita se justificam dizendo que sua intenção é a de colaborar com o trabalho da Patrulha.
Com informações do La Jornada