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Após sete meses de tentativas na Justiça, o jornalista Jens Glünsig, da revista alemã Der Spiegel, conseguiu entrevistar o ex-presidente Lula, no dia 15 de maio. Trechos da reportagem foram disponibilizados pelo Instituto Lula. O ex-presidente não poupou seus algozes.
“As elites americanas e brasileiras são contra que 75% dos royalties fossem investidos na educação, para que o Brasil finalmente superasse um atraso de 200 anos. Com isso, a gente conseguiria financiar pesquisa, tecnologia e o sistema de saúde. Por isso derrubaram a Dilma. Por isso seguiram-se todas as manobras ilegais para impedir que eu fosse candidato. Eles sabiam que eu seria eleito mesmo que concorresse da prisão. O procurador Deltan Dallagnol, que me perseguiu, é uma marionete do Departamento de Justiça dos Estados Unidos”, afirmou o ex-presidente.
Ele declarou que sempre soube que era o alvo principal. “Desde que a Lava Jato começou, eu estava convencido de que, na verdade, ela só tinha um alvo: eu. Eu dizia: não é possível que meus opositores vão tirar a Dilma, que era minha sucessora e do PT, para depois deixar que eu fosse eleito presidente. Isso não fechava”, relembrou.
Lula destacou, ainda, que para o ex-juiz Sérgio Moro, escolhido como ministro da Justiça de Jair Bolsonaro, foi prometido um cargo no Superior Tribunal Federal (STF), como o próprio Bolsonaro disse publicamente. “Isso prova que foi um jogo arranjado. O Moro, ao impedir minha candidatura, garantiu que Bolsonaro fosse eleito presidente”.
Incapaz
Sobre o atual presidente, aliás, Lula reiterou o que já havia dito em outras entrevistas, ou seja, que ele é incapaz para o cargo. No entanto, não deseja que sofre o impeachment. Lula comparou Bolsonaro ao imperador Nero: “Quer deixar o país em chamas”. “Espero que Bolsonaro recupere a razão e mereça o respeito que um presidente deste país deve ter”.
O ex-presidente também abordou o apoio dos militares a Bolsonaro e que pretende, um dia, conversar com alguns comandantes para tentar compreender. “Os militares que apoiam Bolsonaro parecem ter esquecido todos os princípios nacionalistas”.
Em relação à crise econômica que atinge o país, Lula acrescentou: “Não tem mágica em política econômica. Você tem que ter credibilidade para ser respeitado. É por isso que tive o apoio de Gerhard Schröder, Angela Merkel, George W. Bush, Barack Obama, Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy, Tony Blair e Gordon Brown”.
Vejam aqui a entrevista em alemão