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A maioria dos brasileiros hoje se posiciona contra a reforma da Previdência do governo de Jair Bolsonaro, que altera as regras de aposentadoria e prejudica a vida dos trabalhadores e trabalhadoras, segundo pesquisa CUT-Vox Populi. O levantamento foi realizado entre os dias 1º e 3 de abril, em 1.985 municípios do Brasil, e divulgado nesta segunda-feira (8).
Conforme indicou o levantamento, 65% dos brasileiros são contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 006/2019, que praticamente acaba com o direito à aposentadoria de milhões de brasileiros. Outros 26% são a favor do texto da reforma e 9% não souberam ou não quiseram responder.
Entre os entrevistados que são anti-Bolsonaro, o percentual de reprovação à reforma atinge 84%. Já entre os pró-Bolsonaro, a situação é quase de empate: 43% reprovam a reforma e 46% aprovam.
A maioria dos que reprovam a reforma é da Região Sudeste (68%), seguidos de perto pelos moradores da Região Nordeste (67%), Centro-Oeste/Norte (61%) e Sul (54%).
Entre as mulheres, a reprovação à reforma é maior (67%) do que entre os homens (62%). Por faixa etária, são contra a reforma 65% dos jovens, 64% dos adultos e 66% dos maduros.
A rejeição à reforma da Previdência também é grande entre os que têm até o ensino fundamental (67%), superior (66%) e médio (61%). A reprovação também é alta entre os que ganham até dois salários mínimos (67%), de dois e até cinco salários mínimos (64%) e os que ganham mais de cinco mínimos (61%).
Os mais rejeitados
Os quatro principais pontos da reforma mais rejeitados são: 1) a obrigatoriedade da idade mínima de 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres; 2) aumento do tempo mínimo de contribuição de ambos de 15 para 20 anos; 3) mudança na forma de cálculo, que reduz o valor dos benefícios; e 4) a necessidade de contribuir por 40 anos para receber 100% do valor do benefício.
Idade e tempo de contribuição
Ao todo, 73% dos entrevistados não concordam com a obrigatoriedade de idade mínima de 65 para homens e 62 para mulheres terem direito à aposentadoria e, ainda, do aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos para ambos os sexos.
Outros 19% concordam com a mudança nas regras para acesso à aposentadoria e 4% não concordam nem discordam, mesmo percentual dos que não quiseram ou não souberam responder.
Entre os que se declararam anti-Bolsonaristas, a reprovação a esses dois pontos da reforma é maior (86%) dos que entre os pró-Bolsonaro (58%).
No Nordeste, são contra essas regras 78%, no Sudeste 74%, Centro-Oeste/Norte (69%) e Sul (67%).
A reprovação é maior entre as mulheres (78%) do que entre os homens (69%). Entre os adultos é de 74% e entre os jovens e maduros é de 73%. Já entre os que ganham até dois salários mínimos é de 80%, entre os que têm ensino fundamental é de 78% e ensino médio 71%, superior 67%.
40 anos
81% dos brasileiros e brasileiras discordam da regra da reforma da Previdência que, se aprovada, obrigará a pessoa a trabalhar e contribuir durante 40 anos para se aposentarem com o valor integral do benefício (100%).
Os percentuais de discordância mais altos foram encontrados na Região Nordeste (84%), entre as mulheres (84%) e os que ganham até dois salários mínimos (85%).
Injustiça
Para 56% dos entrevistados, as novas regras são mais injustas com as mulheres. Outros 35% acham que não deve haver distinção por sexo nas regras.
Professores
79% dos entrevistados discordam das mudanças nas aposentadorias dos professores e professoras. Outros 21% concordam, 4% não concordam nem discordam e 5% não sabem ou não responderam.
Rurais
73% discordam das mudanças e 19% concordam. Outros 4% não concordam nem discordam e 5% não sabem ou não responderam.
Pensão
76% discordam, 14% concordam. Outros 5% não concordam nem discordam, mesmo percentual dos que não sabem ou não responderam.
BPC
76% dos trabalhadores entrevistados discordam das alterações que Bolsonaro quer fazer e apenas 13% concordam. Outros 5% não concordam nem discordam e 6% não sabem ou não responderam.
Capitalização
69% são contra e 19% a favor. Outros 5% não concordam nem discordam e 6% não souberam ou não quiseram responder.
Com informações do Portal da CUT