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Por Marcos Cesar Danhoni Neves*
“Um jogo só acaba quando termina” (Vicente Matheus e imprestável pensador...)
Bolsonaro conseguiu dizer uma única meia-verdade em sua vida: “nasci para ser militar, não para presidente!” Meia-verdade, porque, logicamente, a curta frase revela uma verdade (não nasceu para ser presidente) e uma mentira (nasceu para ser militar). O jogo de ser presidente de Bolsonaro e sua família miliciana acabou quando sequer iniciou: acabou no término, como diria Vicente Matheus ... Bolsonaro ficou somente 11 anos como militar, sendo expulso da vida da caserna após uma prisão de 15 dias por ameaçar explodir quartéis reivindicando aumento dos valores dos soldos. Portanto, como militar nunca prestou! Quem assistiu horrorizado o “capitão” fazendo inúmeras flexões em contatos eleitorais durante a corrida presidencial, verificou cabalmente que sequer para exercícios físicos Bolsonaro presta: ele flexiona somente a cabeça e o pescoço, como uma galinha degolada. Portanto, imprestável para a educação física, para a educação do corpo. Sobre a educação da mente, ao ouvi-lo falar em “síndrome de Draun” (e não “síndrome de Down”), de se exprimir num enigmático “ficar na frente e ficar atrás”, numa espécie de silogismo grosseiro e incompreensível durante palestra a empresários e de revelar que levou sete anos para ler a Bíblia, entre outras barbaridades, demonstram que ele é um analfabeto funcional, e, portanto, com funções cognitivas extremamente limitadas, como demonstra a neurociência: dificuldades no domínio da linguagem causam deficiências extremas de raciocínio lógico, de afirmação e, consequentemente, de tomadas de decisão. Ao balizar suas ações em referenciais como seus filhos fraquejados e um astrólogo semianalfabeto, cresce ainda mais a noção da imprestabilidade de Bolsonaro. Não possui massa encefálica suficiente para ter um pensamento original. Seu telencéfalo é inferior, ou seja, deve ter se alojado somente no pescoço sem desenvolver algo parecido com os hemisférios cerebrais. A única coisa original dele é tentar fazer que todos acreditem que ele é um “capitão”, um “especialista em matar”, como ele adora falar à imprensa sabuja. Bolsonaro nunca matou ninguém! Se mandou matar, é outra história e questão a ser investigada como, p.ex., o ladrão que o assaltou há décadas atrás (morto, assim como a esposa e a mãe do assaltante) e Marielle e Anderson! Concluímos, pois, que, em relação a ser um “especialista em matar”, Bolsonaro não passa também de um imprestável! Seguindo o rastro da imprestabilidade bolsonárica devemos lembrar outro mote usado pelo presidente-aleatório: o “candidato da família”. Bolsonaro está em seu quarto casamento. Já ameaçou ex-mulher de morte; outra ex o acusou de roubo; perseguiu outra ex-esposa e, sobretudo, estragou psquitatricamente o filho Carluxo ao fazê-lo concorrer à vereança do Rio de Janeiro contra sua própria mãe! Chamou sua única filha mulher de “fraquejada”! Devido a todos estes fatores Bolsonaro não passa de um imprestável para a família: a sua própria e a de todas as famílias realmente de “bem” no Brasil. Ninguém deve se espelhar nele para construir uma “ideia” de família que possa habitar o imaginário dos brasileiros. Sobre sua sexualidade, o pseudo-capitão já revelou em programa televisivo que estuprou galinhas e outros animais de criação para ter sua iniciação sexual. Zoófilo, portanto! Em tweets recuperados da sua então namorada Rita, ela revelou que ele tinha mais interesse no amigo dela que nela própria. Sua fixação na homossexualidade e sua prisão cognitiva a Olavo de Carvalho que adora citar a proctologia em cada frase que profere, mostra que ele nunca superou a “fase anal”, característica da vida de todo bebê entre os 18 aos 36 meses, em média. Esta fase é definida por Freud como uma conexão entre impulsos anais e sádicos, onde as fezes são retidas de forma prazerosa e autoerótica com o intuito de libidinizar os atos de prazer. A retenção das fezes nessa fase natural e inerente ao desenvolvimento biológico do ser, significa que elas são amadas, posto que retidas sob o poder de internalizar aquilo que dá prazer. Bolsonaro e seus filhos fraquejados jamais superaram essa fase e usam frequentemente em seus discursos boquirrotos a escatologia clássica de seu mentor pseudointelectual, Olavo de Carvalho. Para Freud, pessoas deste naipe, ou seja, obsessivo-compulsivas, regridem inexoravelmente para o estágio anal do desenvolvimento. Além da fase anal, Bolsonaro tem predileção para comportamentos exibicionistas como “golden shower” e outras perversões que ele vai assumindo à medida que abre a boca. Portanto, para o sexo prazeroso, Bolsonaro também revela-se um personagem excessivamente imprestável e perigoso para a convivência humana. Ao revelar-se um submisso às políticas beligerantes de Trump e Netannyahu, assim como seu apreço à assassinos e torturadores cruéis como Brilhante Ustra, Stroessner, Pinochet e mesmo Adolf Hitler (ele revelou numa entrevista que seu avô ou bisavô teria sido soldado nazista durante a Segunda Guerra; e que se ele estivesse lá, voluntariamente ter-se-ia alistado às forças alemãs), Bolsonaro revela uma deformação de caráter que também, freudianamente, o liga à perversão do sado-masoquista que sente prazer na dor que pode produzir numa posição de força, poder e arbítrio total. Assim, como líder de Estado, e submisso a chefes de Estado bestializados, Bolsonaro torna-se um ultra-imprestável, e uma pessoa extremamente perigosa para qualquer Nação que anseia a civilização e não a barbárie. Ao reduzir toda educação e cultura do povo brasileiro a uma mistura de ideologias batizadas estranhamente de “marxismo-cultural”, Bolsonaro liquida a possibilidade da História, da Civilização e da possibilidade da vida em comunidade, balizada pelos princípios básicos de igualdade, liberdade e fraternidade. Somente aos imprestáveis estes valores deixam de ser válidos! Com este rol de facticidades, chegamos ao “produto” Bolsonaro, com suas manias, suas perversões, suas mentiras e, por fim, a tudo aquilo que resume sua total imprestabilidade como ser biológico e cultural sapiens sapiens, negando toda nossa evolução e dignidade humana! *Marcos Cesar Danhoni Neves é professor Titular da Universidade Estadual de Maringá, autor do livro “O Labirinto do Conhecimento” entre outras obras