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O delegado Marinho Rezende, da Polícia Federal, disse nesta segunda-feira (29) disse já ter indícios concretos de que o PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, mentiu na prestação de contas de campanha de candidatas mulheres a deputadas estadual e federal em Minas Gerais.
“Isso é um indício concreto que a gente acha que está amplamente comprovado. Aquelas prestações de contas não refletem a verdade do que efetivamente ocorreu em termos de gastos de recursos”, afirmou. Dois meses depois de abrir inquérito, a PF realizou a primeira operação, apelidada de Sufrágio Universal, nesta segunda-feira (29).
A suspeita é que houve fraude no repasse pelo partido de recursos para a cota feminina e que as candidatas devolveram valores. As mulheres tiveram votações pouco expressivas, embora tenham recebido dinheiro da sigla, o que levantou a suspeita de uso de candidaturas-laranja.
Segundo o delegado, os valores supostamente investido nas candidaturas está muito além da média.
"A gente fez uma pesquisa e verificou que o custo médio do voto para um candidato por eleitor é de R$ 10. Nessas candidatas, o valor custo por voto chegou a R$ 380 em alguns casos, de R$ 80 a R$ 380 e, por isso, gente verificou que é um voto muito caro", disse.
Material de campanha
Na última segunda-feira (22), a candidata a deputada estadual pelo PSL nas eleições de 2018 em Minas Gerais, Zuleide Aparecida de Oliveira, entregou o seu material de campanha ao Ministério Público Federal, em Pouso Alegre, Região Sul de Minas Gerais. O material entregue pode ser a principal prova de que o partido não contabilizou gastos nas eleições 2018.
Além disso, Zuleide confirmou ao Ministério Público Federal as informações de que foi convidada pelo ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, que era presidente do PSL em Minas até 2018, para ser candidata laranja. À imprensa, a então candidata disse que o compromisso era devolver ao partido parte dos recursos que receberia de fundo eleitoral.
No início do mês, Reportagem de Camila Mattoso, da Folha de S.Paulo, revelou que investigação da Polícia Federal comprovou a participação de Marcelo Álvaro Antônio, ministro do Turismo, no esquema de candidaturas de laranjas do PSL em Minas Gerais na eleição de 2018.