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“Quem vai consumir?”, questionou o deputado federal Paulo Ramos (PDT-RJ) nesta terça-feira (02), em discurso dissonante durante Sessão Solene da Câmara na qual a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) pautou a Reforma da Previdência como principal pauta do setor produtivo junto ao Congresso Nacional.
Em seu pronunciamento, o parlamentar pontuou que os brasileiros precisam de renda para consumir a produção da indústria brasileira e questionou o conceito de “privilégio” disseminado pelo governo Jair Bolsonaro (PSL) quando se refere, especialmente, a servidores públicos que, hoje, podem receber o benefício da aposentadoria em valor acima do teto do INSS.
Paulo Ramos citou como exemplo que, já tributados em 27,5% no Imposto de Renda, esses trabalhadores arcariam com alíquotas maiores, em caso de aprovação do texto da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da chamada “Nova Previdência” – perdendo, na fonte, quase metade de seus vencimentos.
Na avaliação do deputado, isso pode ocasionar ainda mais dificuldades para a indústria nacional.
Em seguida, o líder do PDT na Câmara, deputado André Figueiredo (CE), pontuou que, enquanto a previdência é apontada como “a mãe de todas as reformas”, o sistema financeiro consome R$ 80 bilhões todos os anos “para atender o rentismo”, em detrimento do setor produtivo.
O parlamentar comentou que, em dez anos, o dinheiro gasto chegaria perto do trilhão que Bolsonaro espera economizar com a reforma.
Apesar do incômodo ao discurso até então dominante, os deputados do PDT arrancaram aplausos do público presente ao defender o Sistema S, cujo orçamento está no alvo do ministro da Economia, Paulo Guedes.
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