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Após enquadrar o chanceler Ernesto Araújo na semana passada, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) busca resposta junto à ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos respostas que possam justificar a posição contrária do governo brasileiro à inclusão de menções sobre a universalização de serviços de saúde reprodutiva e sexual feminina, no mais importante evento da ONU dedicado a discutir direitos das mulheres.
O questionamento da parlamentar será feito nesta terça-feira (01), quando a ministra participará de reunião da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, onde deve ficar cara a cara com outras deputadas do campo progressista, como Alice Portugal (PCdoB-BA), Tabata Amaral (PDT-SP), Luizianne Lins (PT-CE) e Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Sâmia garante que está levantando mais dados para confrontar a posição do Brasil sobre o tema – que implica em políticas a respeito de planejamento familiar, gravidez na adolescência, mortalidade materna, acesso a contraceptivos, combate a proliferação de DSTs, entre outros.
“A ministra não estava na ONU, mas precisa se posicionar porque são temas diretamente ligados à sua pasta”, pontua a deputada.
Na última quarta-feira (27), ao ser confrontado por Sâmia, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, gaguejou ao ser questionado pela parlamentar, tergiversou - falando sobre promoção do aborto - e precisou ser “salvo” pelo deputado federal e filho do presidente da República, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
Feminicídio
A ausência de projetos para o combate ao feminicídio e a outros tipos de violência contra a mulher será outro eixo importante dos questionamentos das deputadas do campo progressista a Damares.
Para Sâmia Bomfim, as únicas manifestações da ministra sobre o tema até agora apenas reforçam o machismo e os padrões de gênero. A parlamentar lembra de declarações, no Dia Internacional da Mulher, de que os meninos seriam ensinados a entregar flores e abrir a porta do carro para as meninas.
Homeschooling
Após responder os questionamentos da comissão, Damares deve participar do lançamento da Frente Parlamentar em Defesa do Homeschooling – bandeira do governo Bolsonaro e da ministra, a despeito da posição contrária do Supremo Tribunal Federal (STF). No entanto, vários projetos tramitam no Congresso com o propósito de regulamentar o ensino em casa, sob a responsabilidade dos pais.
Sâmia Bomfim afirma que, mesmo não sendo objeto direto da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vai abordar o tema com a ministra nesta terça-feira.
A deputada afirma que a proposta busca viabilizar uma educação que não estimula a crítica e está relacionada ao lobby de Damares junto a setores evangélicos.
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