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O cantor Dinho Ouro Preto, que já fez inúmeras declarações de apoio a Lava Jato e ao ex-juiz Sérgio Moro demonstrou, em entrevista ao El País publicada nesta sexta-feira (19), que está arrependido com o agora ministro da Justiça.
"Eu via o trabalho dele na Lava Jato como apartidário. Tinha a impressão de que estavam investigando geral, do Lula ao Beto Richa, passando pela cúpula do MDB. Mas o Moro não deveria ter aceitado o cargo de ministro. Soou como se ele tivesse uma agenda em comum com o Bolsonaro", disse o vocalista do Capital Inicial, que já chegou, em 2016, a dedicar a música "Que país é esse" ao então juiz, que estava presente em um show em Curitiba (PR).
Na mesma entrevista, Dinho Ouro Preto ainda teceu críticas ao governo de Jair Bolsonaro e revelou que votou em Fernando Haddad (PT) no segundo turno da eleição presidencial de outubro do ano passado.
"Discordo de muita coisa do Governo Bolsonaro, principalmente do núcleo ligado ao Olavo de Carvalho. Estou de acordo com parte da agenda do Paulo Guedes [ministro da Economia]. As contas precisam bater. Mas as reformas econômicas não são suficientes para incluir as dezenas de milhões de excluídos", afirmou.
O "arrependimento" do cantor veio poucos dias após o diretor de cinema, José Padilha, também demonstrar decepção com Moro, cujo trabalho, inclusive, inspirou sua série "O Mecanismo".
“Ora, o leitor sabe que sempre apoiei a operação Lava Jato e que chamei Sergio Moro de “samurai ronin”, numa alusão à independência política que, acreditava eu, balizava a sua conduta. Pois bem, quero reconhecer o erro que cometi”, disparou Padilha. Saiba mais aqui.