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A Universidade Presbiteriana Mackenzie, por meio de sua Reitoria, arbitrariamente censurou a participação das editoras Boitempo e Contracorrente na Feira de Livros, organizada pelo Centro Acadêmico João Mendes Jr., em São Paulo.
De acordo com o órgão representativo dos alunos, a Reitoria da instituição justificou a medida dizendo que as duas editoras não têm em seu acervo “livros doutrinários e legislação de uso acadêmico”.
Em março, a Mackenzie já havia se envolvido em polêmica. A Reitoria tinha convidado Jair Bolsonaro para visitar a instituição e, por isso, emitiu um comunicado para que os alunos vestissem roupas verde e amarelo em apoio ao presidente. Após essa iniciativa, Bolsonaro foi obrigado a cancelar a visita em consequência dos protestos organizados por estudantes.
A Boitempo e Contracorrente divulgaram, nesta quinta-feira (18), uma nota de repúdio à decisão da Reitoria.
Vejam abaixo a íntegra da nota:
Feira de Livros do Centro Acadêmico João Mendes Jr. - Nota de repúdio
Nesta semana ocorre a Feira de Livros do Centro Acadêmico João Mendes Jr., órgão representativo das alunas e dos alunos da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Da lista de editoras convidadas a participar da feira, duas foram vetadas pela Reitoria: Boitempo e Contracorrente. Duas editoras que, de maneira aberta e franca, estão engajadas na disseminação de pensamento crítico no Brasil, inclusive no âmbito jurídico, são as atingidas pela decisão.
Segundo o Centro Acadêmico, a Reitoria assim o fez porque Boitempo e Contracorrente não trabalham com “livros doutrinários e legislação de uso acadêmico”. Talvez tivesse sido melhor não motivar a decisão, tamanho o absurdo. Ambas as editoras ostentam um consistente catálogo na área do Direito, composto, aliás, por obras de professores da Faculdade de Direito do Mackenzie.
Lamentamos profundamente a ocorrência de tal episódio no ambiente universitário, onde, por definição, deve prevalecer o pluralismo de ideias, e registramos publicamente o nosso mais veemente repúdio a este ato de censura.
Editoras Contracorrente e Boitempo Editorial
Com informações do GGN