IBC-Br recua novamente e indica contração do PIB no primeiro trimestre

Economistas e políticos usaram termos como “decepcionante” e “pavoroso” para analisar o índice

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O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) recuou 0,73% em fevereiro ante janeiro, na série com ajuste sazonal, informou na manhã desta segunda-feira (15) a instituição. A queda em janeiro foi de 0,31% (dado revisado). O índice de atividade calculado pelo BC passou de 138,15 pontos para 137,14 pontos na série dessazonalizada no período. Este é o menor patamar para o IBC-Br com ajuste desde maio do ano passado (133,15 pontos). Economistas e políticos reagiram de maneira pessimista, na manhã desta segunda-feira (15), à divulgação do índice. Gilberto Borça Jr., economista da área de Planejamento e Pesquisa Econômica (APP) do BNDES, considerou “pavoroso o resultado do IBC-BR de fev/19, mostrando uma queda de 0,73% em relação a jan/19”, disse. Para ele, “o PIB pode apresentar contração no primeiro trimestre de 2019”, alertou. Ele lembrou ainda que “o pico da atividade, medido pelo IBC-BR ocorreu em dez/2013. Estamos simplesmente 7,7% abaixo daquele nível após 62 meses (mais de 5 anos)”, lamentou. Thaís Herédia, da Rede Bandeirantes, afirmou que "sem confiança, não tem crescimento. Retração no primeiro trimestre? Possível e provável, infelizmente", escreveu. A comentarista de economia da GloboNews, Juliana Rosa, divulgou o índice em sua conta do Twitter e afirmou ser “mais um dado decepcionante”. Já para a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, “a Economia brasileira está deteriorando. Índice de atividade econômica do BC mostrou queda de quase 3 vezes o que se esperava. Ontem, consultoria Kantar, mostrou que consumo das famílias caiu 5,2% em janeiro e fevereiro. O austericídio vai ser a tragédia do Brasil”, afirmou. IBC-Br Calculado pelo Banco Central (BC), o IBC-Br é um indicador criado para tentar antecipar o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) do país, constituindo-se em um parâmetro preliminar da evolução da atividade econômica brasileira. O cálculo do IBC-Br também auxilia a autoridade monetária a definir a meta da taxa básica de juros da economia, a Taxa Selic. Este indicador econômico incorpora estimativas de crescimento para os setores agropecuário, industrial e de serviços, acrescidas dos impostos sobre produtos, que são estimados a partir da evolução da oferta total (produção + importações). Antes divulgado segmentado por estados e por regiões, o IBC-Br é, atualmente, calculado nacionalmente.