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O vice-presidente, general Hamilton Mourão, falou sobre o desabamento de dois prédios na comunidade da Muzema, zona oeste do Rio de Janeiro, em entrevista à Radio CBN, na manhã desta terça-feira. Mourão disse que o Estado do Rio tem que ter maior controle sobre determinadas áreas e que as milícias, que dominavam a região, devem ser enfrentadas. O vice-presidente isentou o governo federal de qualquer responsabilidade sobre a queda.
"A gente sabe que aquelas áreas são dominadas por facções. Então o que sobra para o governo federal é mais um auxílio ao Estado em relação a alguma necessidade que ele precise nessa busca pelos corpos das pessoas que estavam nos dois prédios e também um prazo maior à cooperação com a questão da Segurança Pública", disse.
Para Mourão, há necessidade de se buscar uma forma de atuação coordenada entre as três esferas de governo para combater as facções criminosas. "(as facções e milícias) Têm que ser enfrentadas, não pode fugir disso aí. Tem que buscar uma forma de atuação coordenada entre os três entes da federação para que o Estado desempenhe o seu papel. É inadmissível que existam locais que as forças legais, ou os próprios trabalhadores de companhias de luz, de gás, da água, não possam entrar", declarou.
A comunidade da Muzema é uma área sob o domínio de milícias - grupos paramilitares formados por PMs, militares, agentes penitenciários, civis, que exploram ilegalmente vários negócios. Um dos mais conhecidos seria o da construção irregular. A Prefeitura confirmou que os prédios que desabaram são irregulares e estavam interditados desde novembro de 2018.
Nesta semana, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, disse que as milícias do Rio de Janeiro surgiram com uma "boa intenção de ajudar as comunidades", mas que se desvirtuaram. O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, não só condecorou milicianos no tempo em que era deputado estadual do Rio de Janeiro, como empregou vários de seus parentes.
Com informações da Agência Estado