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No primeiro dia de trabalho como ministro da Educação nesta quinta-feira (11), Abraham Weintraub falou sobre evitar "sabotagem" no órgão e disse que não vai mais tolerar vazamentos de informações. A conversa com o secretário nacional de Alfabetização, Carlos Nadalim, no entanto, vazou para o jornal O Globo.
Segundo a publicação, um dos repórteres ligou para o ministro, que teria esquecido de desligar, deixando a conversa vazar durante 14 minutos.
Weintrab criticou os "vazamentos" na pasta, dizendo que se alguém "toma uma posição sem autorização da chefia" será "mandado embora".
"Não pode sair falando (inaudível). Se ele toma uma posição sem autorização minha, é mandado embora no mesmo instante", disse o ministro, que continua a discorrer sobre o vazamento de informações. "Quem deu autorização? Sabotagem."
Olavistas x militares
Na conversa, o ministro aproveitou para levantar o perfil de colaboradores atuais e de demitidos da pasta ligados ao ideólogo de direita Olavo de Carvalho.
Weintraub também demonstrou preocupação com as brigas internas entre as alas ideológica e militar.
O novo chefe da Educação perguntou sobre o perfil de Bruna Luiza Becker e Eduardo Sallenave, assessores especiais da pasta. Outro sondado foi Eduardo Melo, que era secretário-adjunto da Secretaria Executiva do MEC e foi um dos primeiros a serem demitidos no início da crise na pasta, no dia 11 de março.
O grupo ligado ao ideólogo de direita defende o retorno de Melo, atualmente na TV Escola, ao cargo. O ministro pergunta ao secretário Nacional de Alfabetização se ele é "avalista" do servidor demitido por Vélez. Diante da resposta afirmativa, Weintraub insiste: "Você garante que não está fazendo bagunça?" pergunta a Nadalim, que assegura a confiança em Melo.
Bolsonaro e Onyx vazados
Em fevereiro, o ministro da Casa Civil também disse que ligou "por engano" a um jornalista d'O Globo durante conversa com Jair Bolsonaro. No diálogo, Bolsonaro escala Lorenzoni para negociar um acordo com Gustavo Bebianno, recém saído do governo, para que o ex-ministro não o ataque.
Antes de ser demitido, Bebianno havia afirmado que, se caísse, cairia “atirando”. Na conversa registrada pelo O Globo, Lorenzoni afirma que já conversou com Bebianno sobre o assunto e que o ex-ministro teria “dado sua palavra” de que não atacaria o presidente.