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Convidado para prestar esclarecimentos sobre o acordo que entregaria R$ 2,5 bilhões da Petrobras a uma fundação privada gerida pela Lava Jato do Paraná, o procurador da República Deltan Dallagnol não compareceu à reunião da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara nesta quinta-feira (11). Diante da ausência que impediu os questionamentos dos deputados, o líder do PT na Casa, Paulo Pimenta (RS), defendeu a instauração de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar essa e outras movimentações semelhantes da chamada Força-Tarefa do Ministério Público Federal (MPF).
Autor do requerimento do debate, o deputado Rogério Correia (PT-MG) reiterou a gravidade do tema e disse que, se uma investigação desse tipo já estivesse em andamento, Dallagnol “sairia preso” do Congresso.
“Ele acha que é Deus e não vem. A Petrobras pede sigilo. Só mesmo uma CPI para desvendar o tamanho que foi isso. É grande. Com certeza, houve outros acordos desse tipo”, declarou à Fórum.
O parlamentar petista frisa que, em 2016, o MPF do Paraná e o então juiz (e agora ministro) Sério Moro já haviam, “escondidos”, mediado acordo de R$ 6,8 bilhões entre a Odebrecht e a Justiça dos Estados Unidos.
Representantes do Tribunal de Contas da União (TCU) e da Advocacia-Geral da União (AGU) participaram do debate na Câmara e reiteraram a ilegitimidade da Procuradoria da República ao firmar o acordo da Petrobras, que, depois de homologado pela 13ª Vara Federal de Curitiba, foi suspenso pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR)
Raquel Dodge justificou estar ausente na reunião da Câmara em razão de viagem internacional, mas encaminhou o documento em que sugere à Suprem Corte que os R$ 2,5 bilhões sejam destinados ao Orçamento da Educação.
“Vamos pedir uma audiência com ela. Concordamos com esse encaminhamento”, disse o deputado Rogério Correia.
Para o parlamentar, a Lava Jato vinha se apropriando ilicitamente de bilhões, visando interesses privados, políticos e ideológicos.
“Quem com Power Point fere...”
Ironizando o Power Point exposto pela Lava Jato na tentativa de incriminar o ex-presidente Lula, Rogério Correia também apresentou material elaborado a partir do software, na qual Sérgio Moro e Dallagnol figuram no centro, relacionados ao que chama de “guerra híbrida de alta traição para a entrega do Brasil ao capital financeiro internacional”, citando desde a descoberta do Pré-Sal, passando pela prisão de Lula, pelas “relações escusas” com os Estados Unidos, até chegar à proposta de criação do fundo.
“Destruíram empresas nacionais e enfraqueceram a Petrobras. Quem com Power Point fere, com Power Point será ferido”, disparou o petista.