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Durante a participação do ministro Ricardo Vélez Rodriguez em reunião da Comissão de Educação da Câmara Federal, nesta quarta-feira (27), deputados pediram para que o colombiano renunciasse ao cargo. “Vossa Excelência está tendo sua dignidade atacada pelo próprio governo”, disparou Danilo Cabral (PSB-PE).
Antes, como noticiou a Fórum, Ivan Valente (PSOL) já havia pedido que Vélez deixasse o MEC por estar “no bico do corvo”, referindo-se à sua fragilidade no comando da pasta.
Túlio Gadêlha (PDT-PE) recorreu à ironia para simular discordância, pedindo que o ministro não entregasse o cargo por não saber quem poderia sucedê-lo em um governo que "pretere Paulo Freire em favor de Olavo de Carvalho".
Na avaliação dos parlamentares de oposição, Vélez se fragiliza ainda mais após sua passagem pela Câmara, especialmente por não demonstrar domínio sobre temas estruturantes.
Questionado por Marcelo Calero (PPS-RJ), o ministro disse não possuir dados sobre a execução orçamentária do MEC.
Tábata Amaral (PDT-SP) criticou a superficialidade na apresentação das prioridades da pasta. “Onde estão os projetos? É um desrespeito ao parlamento!”.
Maria do Rosário (PT-RS) alertou por diversas vezes ao presidente da comissão, Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) que, regimentalmente, o ministro não poderia transferir a alguns de seus auxiliares presentes a atribuição de responder as perguntas dos parlamentares, até para que a Câmara pudesse avaliar os conhecimentos e as condições de Vélez para conduzir a pasta.
“Até porque não temos certeza se essa equipe se manterá”, provocou ao petista, em razão das constantes trocas de ocupantes de cargos estratégicos no MEC.
Sobre esse assunto, Vélez anunciou que o novo nome para a Secretaria Executiva da pasta terá perfil técnico e será anunciado em dois dias.
Também foram generalizadas as críticas sobre a concentração de esforços da pasta em temas considerados secundários pelos parlamentares, fundamentados apenas pelo radicalismo ideológico do governo Jair Bolsonaro, em detrimento de questões cruciais para a Educação no País.
Vélez negou motivações ideológicas em ações questionadas do ministério, tergiversou sobre a postura de sua gestão frente a temas como a autonomia universitária e o ProUni e pediu desculpas por ter solicitado que as escolas filmassem seus alunos dizendo o slogan de campanha do presidente da República.
“O MEC virou um laboratório de tentativa e erro?”, questionou Alice Portugal (PCdoB-BA).
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