Deputada propõe ensino sobre ditadura e direitos humanos em escolas paulistas

A deputada estadual Isa Penna (PSOL-SP) protocolou um projeto de lei que cria o "Programa Memória, Verdade e Justiça", contraponto o projeto de um deputado do PSL que propõe militarização das escolas

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Em meio à polêmica gerada por Jair Bolsonaro ao orientar quarteis militares no sentido de comemorarem o aniversário do golpe de 1964 que culminou na ditadura civil-militar, a deputada estadual Isa Penna (PSOL-SP) protocolou nesta quarta-feira (27) o Projeto de Lei que institui o  “Programa Memória, Verdade e Justiça” no ensino fundamental e médio da rede pública e privada de ensino no Estado de São Paulo. De acordo com o projeto, o programa tem como objetivo “o desenvolvimento do sentimento de empatia, da tolerância e responsabilidade ética com os direitos humanos” e será constituído de "atividades culturais que viabilizem e sensibilizem o conjunto da comunidade escolar sobre as violações de direitos humanos ocorridas na Ditadura Militar". A proposta vem ainda em contraposição ao projeto apresentado pelo deputado bolsonarista Frederico D'Ávila (PSL-SP), que tem como intuito a criação de um programa cívico-militar nas escolas públicas e privadas de São Paulo. A ideia é que militares da reserva supervisionem as atividades pedagógicas e se instaure protocolos obrigatórios como a execução diária do Hino Nacional e a "formação de fila marcial para acessos às salas de aula". O projeto enfatiza, ainda, a prática de atividades esportivas que "estimulem a disciplina e o autocontrole". Leia também Ministério Público Federal repudia celebração do Golpe de 1964 “O deputado Frederico D’Ávila, assim como o presidente Bolsonaro, está em uma cruzada institucional de apologia ao golpe militar e à ditadura, que precisa ser contraposta. Por isso apresentamos o PL que instaura o ‘Programa Memória, Verdade e Justiça’. Não podemos esquecer aqueles e aquelas que lutaram pela democracia e pela vida em nosso país. Não podemos esquecer dos horrores perpetrados pela ditadura cívico-militar. Contra a desinformação e as fake news é preciso lutar por uma educação séria e crítica para contar a história do nosso país", afirma Isa Penna.