Previdência: Após Guedes faltar, oposição tenta votar convocação do ministro à CCJ

Em reunião, deputados empenharam cartazes chamando o ministro e Bolsonaro de "fujões"; congressistas apontam "insegurança" com a proposta da reforma da Previdência e "desprezo" ao parlamento

Deputados protestam contra ausência de Paulo Guedes na CCJ / Vinicius Lousada
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Deputados de oposição tentam aprovar requerimento para convocar o ministro da Economia, Paulo Guedes, a explicar a proposta da Reforma da Previdência à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Federal. Sua participação estava programada para a tarde desta terça (26), mas foi cancelada no fim da manhã. Por essa razão, parlamentares empenharam cartazes na reunião do colegiado, chamando de “fujões” Guedes e o presidente Jair Bolsonaro. Secretário Especial da Previdência, Rogério Marinho compareceu à reunião desta tarde com o intuito de substituir o ministro, mas, a oposição tenta impedir que o subordinado fale na CCJ. Líder do grupo, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) afirma que já tem assinaturas em número suficiente para que a convocação seja votada a partir de requerimento de sua autoria, junto ao líder do PSB na Câmara, Tadeu Alencar (PE). "É inaceitável (...) Das duas uma: ou não está seguro de sua proposta ou tem profundo desprezo pelo parlamento brasileiro", disse Molon. Jandira Feghali (PCdoB), líder da minoria, focou sua fala no desrespeito institucional por parte de Guedes ao não comparecer à CCJ, sendo que sua participação havia sido acordada pelo presidente do colegiado, Felipe Francischini (PSL-PR). Do partido de Bolsonaro, ele afirmou, no início da reunião, que o ministro só avisou que não compareceria às 10h de hoje. A posição da base governista de que Guedes não veio em razão do clima de arrefecimento entre Congresso e Planalto acirrou ainda mais os ânimos na CCJ. "Ele deveria vir aqui com argumentos técnicos, que é o que parece que falta. Alias, não veio nenhum subsídio técnico, projeção atuarial, nada que justifique algo tão dramático para a sociedade brasileira. Estou aqui desde 1991 e nunca vi nada tão cruel, tao perverso, tão desastroso para a sociedade brasileira. O que ele fez hoje foi uma fuga", frisou Jandira.