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POLÍTICA
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Reportagem da Folha de S. Paulo desta terça-feira (26) mostra que, insatisfeitos com a condução política do governo Jair Bolsonaro (PSC), deputados federais do chamado Centrão podem impor nova derrota ao presidente e sua equipe econômica. Líderes e presidentes de legendas como o DEM, MDB, PSD, PP, PR e PRB articulam ressuscitar a proposta de Reforma da Previdência de Michel Temer em detrimento da arquitetada pelo ministro Paulo Guedes.
O texto do emedebista, solto ontem (25) após quatro dias preso a pedido da Lava Jato, apesar de ruim para a classe trabalhadora, é considerado mais brando do que a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que tramita atualmente na Câmara Federal.
Bolsonaro e Guedes buscam economizar R$ 1 trilhão em dez anos. A proposta de Temer, em 2017, estimava R$ 800 bilhões, mas, após ajustes de Comissão Especial criada à época, o valor foi fixado em R$ 600 bilhões.
Na prática, o Centrão deve deliberar contra a redução do valor pago a idosos em situação de extrema pobreza e mudanças na aposentadoria para trabalhadores rurais.
O fator que realmente move o grupo de partidos, no entanto, é dar uma reposta a Bolsonaro após o mal-estar gerado entre o chefe do Planalto e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – que alega desconhecer a movimentação das legendas aliadas, mas deve almoçar hoje com as lideranças.
O discurso a ser alinhado no encontro é de que o texto da PEC patrocinada por Paulo Guedes é cruel.
Há quem entenda, contudo, que a estratégia pode ser positiva para a Bolsonaro, pois, no imaginário, ficaria atribuída a Temer e ao Congresso a responsabilidade em torno de medidas extremamente impopulares.
Nesta terça-feira, o ministro da Economia vai à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara para tratar de seu “pacote de maldades”.
A partir de levantamentos junto a lideranças partidárias, a Revista Fórum listou cinco razões que podem impor o fracasso ao carro-chefe do governo Bolsonaro, para além do desastre na articulação política.
Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Capitão Augusto (PR-SP) disse, nesta segunda (25), que o governo ainda não tem sequer 150 dos 308 votos necessários para garantir a aprovação da PEC da Previdência.
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