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Fã do torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra, o presidente Jair Bolsonaro (PSC), segundo apuração de Tânia Monteiro, para o Estado de S. Paulo, orientou que os quartéis comemorem o “aniversário” do golpe civil-militar de 1964 no dia 31 de março – “data histórica” atribuída pela narrativa militar, que marca a derrubada do presidente João Goulart e o início da ditadura que só chegou ao fim em 1985.
Em 2011, Dilma Rousseff (PT), presa e torturada pelo regime, recomendou ao comando das Forças Armadas a suspensão de qualquer solenidade que marcasse o dia.
A retomada das celebrações do golpe oito ano depois e o ímpeto autoritário de Bolsonaro geraram reações até mesmo de generais da reserva.
O receio é de que o reforço da associação da imagem do presidente à exaltação da ditadura militar seja mais um fator desfavorável às discussões em torno da Reforma da Previdência.
Ao declarar seu voto em favor da cassação de Dilma, em 2016, Bolsonaro o dedicou ao mais notório dos torturadores do regime: "Pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff", disse, na ocasião.
Para suavizar o novo episódio de exaltação à ditadura, o Planalto pretende uniformizar o tom das celebrações, as “lições aprendidas” no período, mas sem qualquer autocrítica aos militares que governaram durante 21 anos, marcados pela morte e tortura de executores.
O texto deve ainda comemorar o protagonismo retomada pelas Forçar Armadas no governo Bolsonaro, que reúne o maior número de militares nos ministérios desde o fim da ditadura.
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