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O arsenal de 117 fuzis encontrados na casa de um amigo do policial militar Ronnie Lessa, preso acusado de ser o executor dos tiros que mataram Marielle Franco e Anderson Gomes, vale cerca de R$ 4 milhões, segundo o delegado Marcus Amin, da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme) da Polícia Civil do Rio. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (14) pela Folha de S.Paulo.
"É uma quantidade que nos faz garantir que ele não vendia armas só para uma organização criminosa", afirmou Amin, ressaltando que não há milícia no Rio com capacidade para comprar o armamento. Ao todo, foram encontrados 117 fuzis incompletos - faltando apenas o cano.
As peças atribuídas a Lessa foram encontradas dentro de caixas de papelão na casa de seu amigo Alexandre Motta.
Em 58 armas da fabricante alemã HK, com o modelo M-27, há inscrições do USMC (US Marine Corps, o corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos), o que gerou debate sobre a possibilidade de desvio de armas das forças armadas norte-americanas.
Leia também: Delegado confirma que armas tinham registros da Marinha Americana, mas diz que são “fakes”
Nesta quarta-feira (13), no entanto, o delegado classificou as armas como "fake". "Os que estão com a inscrição HK são fakes. São montagens, são feitos em outro país e recebem aquele crivo ali. Todos (os fuzis apreendidos) são plataforma M16", disse.
De acordo com Amin, as peças não são originais, mas podem produzir fuzis com o mesmo poder letal. "O material é muito bom. Não foi feito por qualquer um", diz ele. Foram produzidas sobre a plataforma do fuzil M-16, da canadense Colt, que já perdeu a patente.
A polícia não sabe ainda por que os canos não foram encontrados - se ainda não haviam sido comprados ou se estão escondidos em outro lugar. Se as armas estivessem completas, diz Amin, valeriam em torno de R$ 4 milhões.
A opção por trazer os fuzis desmontados pode ter o objetivo de facilitar a entrada no país.“Isso é prática corrente das organizações criminosas, para dificultar o rastreamento”, diz o especialista Vinícius Cavalcante, diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Segurança.
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