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O delegado Marcos Amin, titular da Delegacia Especializada Armas e Explosivos do Rio (Desarme), informou nesta quarta-feira (13) que parte dos 117 fuzis encontrados na casa do amigo do policial militar Ronnie Lessa no Méier, na Zona Norte do Rio, tinha inscrição de HK M27, de uso exclusivo da Marinha dos Estados Unidos, mas classificou as armas como "fake". Ronnie é acusado de ser o autor dos disparos que mataram a vereadora Marielle Franco (PSol) e o motorista Anderson Gomes em março de 2018.
“Havia ‘low receivers’, da Colt do Canadá. Os que estão com a inscrição HK são fakes. São montagens, são feitos em outro país e recebem aquele crivo ali. Todos (os fuzis apreendidos) são plataforma M16. O Colt M16 é um design que já teve a patente quebrada. Mas são todos da plataforma M16 sim, tanto os que têm a inscrição HK quanto os Colts do Canadá”, explicou o delegado, segundo o portal G1, que atualizou as informações da mesma reportagem publicada nesta terça-feira (12). Publicada às 18h11 de ontem, a reportagem do G1 chegou a tirar a informação e a foto da arma que seria usada pelas Forças Armadas estadunidenses, mas voltou a informação e a imagem com a justificativa do delegado.
A nova informação afirma que, entre os fuzis M-16 apreendidos na casa de Alexandre Mota de Souza, a polícia identificou alguns com a inscrição adulterada, indicando que seriam fuzis HK M27, arma que pertence à Marinha Americana, porém, de acordo com o delegado todo armamento é, de fato, composto por fuzis M-16.
O editor da Fórum, Renato Rovai, levantou esta questão no programa Onze e Meia desta quarta (13) e exigiu uma resposta da polícia sobre a foto do armamento com registro da Marinha estadunidense. Segundo Rovai, da mesma forma como o então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, foi cobrado a se pronunciar quando se aventou que o doleiro Alberto Yousseff havia sido assassinado no hospital, há necessidade de manifestação da polícia sobre o caso envolvendo o armamento.
As armas foram encontradas durante ação de busca e apreensão por agentes da Divisão de Homicídios (DH) da Polícia Civil do Rio de Janeiro na casa de Alexandre Mota de Souza, amigo de infância de Ronnie.
“Alexandre é amigo do Lessa há anos e ele fez apenas um favor em colocar essas encomendas, porque ele não sabia do que se tratava, no seu apartamento. Ele ficou surpreso ao saber do conteúdo, mas ele não tem nada a ver com esse episódio lamentável da vereadora”, justificou o advogado de Souza.
Segundo o secretário de Polícia Civil, Marcos Vinícius Braga, esta é a maior apreensão de fuzis da história do Rio, superando inclusive a feita no aeroporto Internacional do Rio em 2017. Na ocasião, foram encontradas 60 armas vindas dos EUA dentro de aquecedores de piscinas. Em 2019, a PM apreendeu, de 1º de janeiro até esta segunda, 100 fuzis.