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Por Brasil de Fato
Brasil e Estados Unidos fecharam os termos do novo Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que concede o uso comercial da base de Alcântara, no Maranhão. Concluído na semana passada, o acordo ocorreu depois de quase vinte anos de negociação. Em 2000, o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) chegou a assinar o documento, mas o texto foi barrado pelo Congresso Nacional.
A proposta inicial era criar uma área de domínio dos EUA, que proibia a utilização da base pelo Brasil, devido à confidencialidade tecnológica. Segundo entrevista concedida ao jornal Estado de S. Paulo, que antecipou a notícia na manhã desta segunda-feira (11), o embaixador do Brasil nos EUA, Sérgio Amaral, afirmou que as negociações atenderam críticas levantadas pelo Congresso. Assim, segundo ele, o novo acordo reduziria "a ingerência americana no Brasil”.
O pesquisador do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP), Ronaldo Carmona, em entrevista para o Brasil de Fato em 2017, alertou para o risco da presença norte-americana no país. Segundo ele, o interesse dos EUA é conter a emergência de novas potências.
"Os EUA sempre manobraram no sentido de diminuir a capacidade estratégica do Brasil de ser um país que tivesse maior autonomia e condição de se afirmar como uma potência entre as nações", diz Carmona.
Ainda segundo a matéria do Estado de S. Paulo, as negociações já foram concluídas e aguardam revisão de integrantes dos dois países. O governo brasileiro, no entanto, ainda não divulgou o documento.