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O deputado federal Alencar Santana (PT-SP) protocolou na Câmara, nesta segunda-feira (25), dois requerimentos de informações destinados ao Ministério da Defesa e ao Ministério das Relações Exteriores em que exige explicações sobre o fato de um general do Exército brasileiro ter sido destacado para atuar em território estrangeiro sob o comando dos Estados Unidos.
Com o destacamento de Alcides Valeriano de Faria Júnior para o posto de subcomandante de interoperabilidade do Comando Sul, essa será a primeira vez que um general brasileiro será subordinado ao exército norte-americano.
Nos requerimentos, o deputado petista questiona o fato de o acordo não ter sido informado ao Congresso Nacional, conforme o próprio Exército dos Estados Unidos fez. A imprensa brasileira, inclusive, só soube do destacamento do general brasileiro por conta do pronunciamento do comandante do Comando do Sul, almirante Craig Faller, ao Senado dos EUA, no último dia 9.
"Sabe-se que os Estados Unidos mantêm relações conflituosas com diversas nações pelo mundo, ao contrário da tradicional diretriz de política externa do Brasil, sempre pautada pela paz e pelo respeito à soberania dos povos", disse Alencar.
Nos documentos, o parlamentar lembra da intensificação das ações norte-americanas nas fronteiras brasileiras, principalmente com a possibilidade de intervenção dos Estados Unidos na Venezuela, e destaca que o acordo entre as Forças Armadas dos dois países envolve questões de segurança nacional.
"Sabe-se que os Estados Unidos mantêm relações conflituosas com diversas nações pelo mundo, ao contrário da tradicional diretriz de política externa do Brasil, sempre pautada pela paz e pelo respeito à soberania dos povos. Mais recentemente, o país norte-americano intensificou postura agressiva contra nossa vizinha Venezuela, chegando a ameaçar intervenção militar naquele país, o que pode trazer consequências imprevisíveis em todo o continente, em especial na América do Sul", pontuou.
Requerimentos de informação, pela pela lei brasileira, devem ser respondidos em até 30 dias e, em caso de negativa de respostas ou envio de informações falsas, os ministros das pastas indagadas recaem em crimes de responsabilidade.