Ainda vale a pena....
Nesta seção destacamos matérias que circularam na Fórum durante o dia de ontem, mas que merecem ser lidas.
Áudios na emissora "inimiga"
O Jornal Nacional, veiculado na noite desta terça-feira (19) pela Rede Globo, usou todo seu primeiro bloco com uma extensa reportagem sobre os áudios de Jair Bolsonaro e Gustavo Bebianno que intensificou a crise no governo. O telejornal reproduziu todo o material vazado pela Veja.
No início, William Bonner e Renata Vasconcellos leram a nota do Globo, em resposta às declarações de Bolsonaro sobre a emissora, a chamando de “inimigo”.
Bolsonaro disse: “Gustavo, o que eu acho desse cara da Globo dentro do Palácio do Planalto: eu não quero ele aí dentro. Qual a mensagem que vai dar para as outras emissoras? Que nós estamos se aproximando da Globo. Então não dá para ter esse tipo de relacionamento. Agora… Inimigo passivo, sim. Agora… Trazer o inimigo para dentro de casa é outra história. Pô, cê tem que ter essa visão, pelo amor de Deus, cara. Fica complicado a gente ter um relacionamento legal dessa forma porque cê tá trazendo o maior cara que me ferrou – antes, durante, agora e após a campanha – para dentro de casa. Me desculpa. Como presidente da República: cancela, não quero esse cara aí dentro, ponto final”.
Carlos Bolsonaro em Juiz de Fora
Por que Bebianno disse à Jovem Pan que Carlos Bolsonaro só viajou em campanha para Juiz de Fora? Em uma longa entrevista à Rádio Jovem Pan, Gustavo Bebianno resolveu dizer, de forma no mínimo suspeita, que Carlos Bolsonaro mal participava da campanha e que a única viagem que fez foi para Juiz de Fora, cidade onde Bolsonaro sofreu o atentado. "Em política ninguém diz nada por acaso", diz o editor da Fórum Renato Rovai.
Primeira derrota do governo
Em meio a crise política e isolamento do PSL no parlamento, o governo de Jair Bolsonaro sofreu, na Câmara dos Deputados, a primeira derrota em âmbito legislativo. A Câmara aprovou um projeto que susta os efeitos do decreto que alterou as regras da Lei de Acesso à Informação (LAI). O decreto presidencial nº 9.690, assinado pelo vice-presidente Hamilton Mourão em 24 de janeiro, permitia que servidores comissionados até do terceiro escalão colocassem sigilo secreto e ultrassecreto a dados públicos – ou seja, limitassem o acesso da população em até 25 anos, esvaziando a Lei de Acesso à Informação. |
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Da vizinhança
Nesta seção indicamos leituras de sites que fazem parte desta enorme galáxia da internet, como bem definiu Castells.
Acabou o governo do clã dos Bolsonaros
Para Ricardo Kotscho, acabou precocemente o governo do clã dos Bolsonaros, aos 50 dias de vida, na primeira crise que enfrentou. Começa agora para valer o governo da junta militar comandada pelo general Augusto Heleno, o chefe da “turma do Haiti”. Kotscho diz que o episódio de Bebianno jogou dúvidas sobre a capacidade de comando do presidente. E é nesse cenário que "o governo entrega esta semana à Câmara seus dois mais importantes e, ao que tudo indica, únicos projetos de governo: o pacote anticrime de Moro e a reforma da Previdência de Guedes, os únicos civis que se sobressaem em meio ao batalhão de generais".
Telhada perde ação contra jornalista, Viomundo e Brasil de Fato
Coronel Telhada, ex-comandante da Rota e ex-vereador de São Paulo pelo PSDB, perdeu ação que movia contra a jornalista Lúcia Rodrigues por conta de reportagem publicada em março de 2013 na Rede Brasil Atual. A matéria denunciava a contratação de parentes e financiadores de campanha no gabinete de Telhada. Na época, Lúcia fez uma longa entrevista com o coronel, que ao ser questionado sobre a decisão de empregar o primo, reagiu com uma ameaça:" Eu aconselho você a tomar cuidado com o que você vai publicar, porque a paulada vem depois do mesmo jeito, no mesmo ritmo".
Em seguida, ele entrou com ação no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo e na Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), reivindicando a exclusão de Lúcia dos quadros da categoria. Na Justiça, ele processou-a no cível e no criminal. Processou também os oito veículos que reproduziram a matéria da jornalista, entre os quais o Viomundo e o Brasil de Fato. Aton Fon Filho e Nei Strozake foram os advogados de Lúcia Rodrigues, Viomundo e Brasil de Fato.
E se a Vale não fosse privada?
O segundo artigo da trilogia "Vida/Engenharia/Soberania/Brasil", produzida pela Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), compara a atuação de empresas estatais e privadas. Segundo o texto, empresas públicas ou de economia mista são obrigadas, por legislação, a possuírem áreas de auditoria interna e são permanentemente subordinadas às análises dos Tribunais de Contas da União (TCU) ou dos estados, das Agências Reguladoras, bem como da Controladoria Geral da União (CGU), realizadas por quadros de auditores (analistas e servidores concursados), com planos de carreira específicos e independência funcional.
A Fisenge chama a atenção que em inúmeras situações, essas empresas desenvolvem iniciativas inovadoras, como a Petrobras, com a tecnologia da exploração de petróleo em águas profundas na camada do pré-sal. Em contrapartida, sob a gestão privada, generosa pagadora de bônus, bonificações e publicidades, a Vale causou grande número de mortes com o rompimento das barragens de Brumadinho e Mariana. "É inaceitável a conivência, no Brasil, com práticas empresariais predatórias que colocam em questão balanços e resultados empresariais, objetivando a obsessiva apresentação de lucros que atendam unicamente à voracidade do mercado, assegurando indecentes bonificações e dividendos concedidos a gestores e acionistas, despreocupada, muitas vezes, com vidas humanas." Leia o primeiro artigo da série aqui. |
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