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Exilada em Portugal, a professora aposentada Cleuzenir Barbosa, que foi usada como candidata laranja para desviar recursos do fundo partidário do PSL em Minas Gerais, pediu proteção ao ministro da Justiça, Sérgio Moro, em entrevista à rádio CBN nesta quarta-feira (20).
"Eu preciso ainda de ouvir do Ministro da Justiça o tão falado apoio às vítimas que ele daria, o tão falado apoio às vítimas aí no Brasil, vítima denunciante, que fala né. Eu tenho um filho só, meu filho vai fazer 17 anos, pela minha vida e a vida do meu filho. No caso da política, quando a vítima denuncia, a vítima não tem segurança alguma. Hoje em dia o deputado circula, deputado que hoje é ministro , circula naturalmente em Brasília e a pessoa que é vítima tem que dar um jeito de desaparecer. Eu não tenho condições pra me manter aqui, minha manutenção aqui tem sido muito complicada", disse Cleuzenir, referindo ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, do PSL.
Cleuzenir Barbosa fez a denúncia sobre o esquema no Ministério Público e na Polícia Militar de Minas. Ela disponibilizou áudios e fotos de conversas em aplicativos com assessores do então deputado federal e presidente do PSL, Marcelo Álvaro Antônio, atual ministro do presidente Jair Bolsonaro.
Dois dos assessores pediram que ela recebesse 60 mil reais, da mãe de Marcelo, em sua conta e em seguida enviasse 50 mil para uma gráfica. Cleuzenir teve certeza que se tratava de um esquema ao perceber que estava sendo subornada pelo assessor.
Um dos assessores de Marcelo Álvaro, teria colocado uma arma em cima de uma mesa enquanto conversava com Cleuzenir sobre os repasses da campanha. Ela diz que tentou denunciar o esquema a pelo menos seis pessoas do PSL próximas a Marcelo, mas que ele era sempre blindado.
"Ameaça ficou clara. Quando eu decidi que eu não participaria do esquema, de cara eles em excluíram do grupo de candidatos. De cara pararam de falar comigo e cortaram todos os meus contatos com o deputado Marcelo Álvaro. Ligava para o gabinete de Brasília, ligava para Belo Horizonte, mandava mensagem no privado, ligava para todos os assessores dele e ninguém colocava eu pra falar com eles, pra eu contar a história do que estava se passando e para eu estar com ele. Então, a partir desse momento aí, pra mim, é ameaça".
A professora aposentada acredita que Marcelo Álvaro, sabia de todo o esquema. Assim como o ex-ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que era presidente nacional do PSL, durante a campanha.
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