Escrito en
POLÍTICA
el
Em seminário sobre a Reforma da Previdência na manhã desta terça-feira (19) na sede nacional do PDT em Brasília, o ex-ministro Ciro Gomes, candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais, comentou como seu partido atuará quando a proposta começar a tramitar no Congresso. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) prevê entregar o texto final à Câmara dos Deputados, onde iniciará a tramitação, nesta quarta-feira.
"Temos compromisso com a classe trabalhadora e com os direitos adquiridos, portanto não aceitaremos aprovar uma reforma injusta contra o povo brasileiro", comentou Ciro em conversa a jornalistas antes do início do seminário.
Nos últimos dias cresceu nos bastidores a indicação do economista e deputado federal Mauro Benevides Filho (PDT-CE) para a presidência da comissão especial da Previdência, a ser instalada na Câmara. Pelo regimento da Casa, antes de ir ao Plenário (onde deve enfrentar dois turnos de votação), o texto precisa passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e por uma comissão especial.
Questionado se a presidência da comissão ou mesmo relatoria do projeto seria uma forma de aproximação com o governo Bolsonaro, Ciro disse que "isso é conversa de quem torce pelo quanto pior, melhor".
"Nós podemos fazer de conta que fazemos oposição só porque fazemos barulho. Ou então buscamos, como fizemos sob a liderança de André Figueiredo, de avançar na negociação da lei anti-terrorismo, que foi montada claramente para avançar contra movimentos sociais, e do jeito que estava desenhada ia transformar o [João Pedro] Stedile (coordenador do MST) em um chefe terrorista, ia transformar o movimento do [Guilherme] Boulos em terrorista", avaliou o pedetista.
Na ocasião Ciro também criticou o PT que, segundo ele, aposta no quanto pior, melhor. “O que queremos fazer com a Previdência é conter danos. Porque fazer de conta que é oposição, esculhambar, fazer barulho e deixar o povo pagar o preço da nossa pseudo intransigência isso é uma mistificação que o PT faz muito melhor do que nós”.
Ciro defendeu que a proposta do PDT para a Previdência mantém a contribuição do empresariado e do governo com tributação sobre o faturamento das empresas. O pedetista também defendeu não considerar razoável tratar de forma igual a aposentadoria entre mulheres e homens e entre trabalhadores rurais e dos "engravatados da cidade no ar-condionado".