USP não aceita matrículas de estudantes de colégios militares entre cotistas; Comando do Exército reage

Enquanto o Comando Militar vê retaliação ao governo Bolsonaro, a universidade alega que as 12 escolas mantidas pelo Exército não se enquadram no sistema de cotas

Foto: Francisco Emolo/USP Imagens
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O Comando do Exército não gostou nada da decisão tomada pela Universidade de São Paulo (USP). A instituição determinou o cancelamento de matrículas de estudantes de colégios militares aprovados no vestibular por meio do Sistema de Seleção Unificado (Sisu). A corporação vê na medida uma retaliação ao governo de Jair Bolsonaro, de acordo com informações de Tânia Monteiro, de O Estado de S.Paulo. A justificativa da Pró-Reitoria de Graduação da universidade é que as 12 escolas mantidas pelo Exército não se enquadrariam no sistema de cotas por serem mantidas por contribuições e pagamentos mensais de pais de alunos. Em uma reunião fechada no campus, um representante do Comando do Sudeste tentou convencer representantes da universidade a reverter o quadro, que atinge mais de 20 alunos, nas contas do Exército, ou dez, na estimativa da USP. Ele deixou o encontro com a promessa de que o caso seria analisado, sem previsão de prazo. O ato foi interpretado pela corporação como um “ataque político” para atingir o governo Jair Bolsonaro. Após a decisão da USP, o Comando Militar acionou o governador de São Paulo, João Doria, e o ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodríguez. Aviso Na quinta-feira (14), a universidade enviou e-mail aos estudantes para avisá-los do cancelamento da matrícula. A universidade informou a um aluno aprovado no curso de Medicina que cancelou sua matrícula para não “burlar” a “finalidade das políticas de inclusão”. Por intermédio de sua assessoria, a USP afirmou que os casos dos “dez alunos” de colégios militares com matrículas canceladas estão sendo analisados pela Comissão de Acompanhamento do Vestibular. A universidade destacou que não foi notificada pelo Ministério Público Federal.

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