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Ricardo Coutinho (PSB), ex-governador da Paraíba, que foi solto nesta sexta-feira (20), relata que está sendo perseguido. “Meu patrimônio é totalmente compatível com a renda que obtive ao longo desses 28 anos de mandatos públicos”, declarou, em entrevista a Herculano Barreto Filho, do UOL.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu pela soltura de Coutinho, após ele ficar um dia detido. “A prisão preventiva não pode ser usada como método investigativo”, afirmou.
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Ele está sendo acusado pelo Ministério Público da Paraíba (MP-PB) de chefiar uma organização criminosa suspeita de desviar mais de R$ 130 milhões em recursos públicos durante seu mandato, entre 2011 e 2018.
Coutinho nega e rebate as acusações. Ele destaca que seu caso é semelhante ao da condenação do ex-presidente Lula e criticou Operação Lava Jato e Sérgio Moro, ministro da Justiça e ex-juiz.
“Estamos em meio a uma guerra violenta. Não é só comigo. Eu estou sendo massacrado. Essa construção de narrativas não visa somente me atacar. Existe um claro mapeamento sobre o partido (PSB) e sobre o nosso grupo de militantes. A prisão da prefeita do Conde (Marcia Lucena, acusada de envolvimento no mesmo esquema) é de uma violência. Ela foi presa porque, em 2014, tinha feito três dispensas de licitação para contratar uma empresa que hoje foi denunciada. Se tivesse algo errado, o Tribunal de Contas diria na época. Não é simplesmente algo contra o Ricardo. É contra um projeto que mudou a correlação de forças na Paraíba, gerando atritos com instituições”, avalia Coutinho.
Sobre a acusação de chefiar uma organização responsável por desvios de dinheiro público, o ex-governador da Paraíba responde:
“É uma acusação absurda. Nunca vi um empresário dizer que, para receber fatura, teve que pagar alguma coisa. Aí arrumaram uma delação para me acusar. Mas delação não é prova. Meu patrimônio é totalmente compatível com a renda que obtive ao longo desses 28 anos de exercícios de mandatos públicos. A casa que eu tenho foi declarada no valor integral. E não se apresenta uma prova de onde está esse dinheiro. Rapaz, meu carro é de 2007! Estou sendo vítima de uma perseguição política”, destaca.
Lava Jato
Coutinho afirma que a investigação na Paraíba e a Operação Lava Jato fazem parte do mesmo contexto. “Lula foi acusado e condenado por uma propriedade que ele efetivamente não tinha. Se não tem propriedade, como pode ser culpado? E tem essa condenação prévia da opinião pública. O que está acontecendo aqui é um retrato do Brasil. Isso de um juiz virar ministro e querer controlar tudo (Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato e hoje ministro da Justiça). A Operação Lava Jato quer ser maior do que o MP e do que o Judiciário”.