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Um levantamento realizado pela Agência Pública, através da Lei de Acesso à Informação, apontou que cerca de 1283 organizações religiosas, a maioria evangélicas, acumulam dívidas que, juntas, beiram o meio milhão de reais.
O valor total das dívidas dessas entidades é de R$ 460 milhões, e ao menos 23 delas possui uma dívida particular superior a R$ 1 milhão.
A campeã de dívidas é a Igreja Internacional da Graça de Deus, que deve mais de R$ 127 milhões (quase um quarto da dívida acumulada entre todas as entidades), segundo dados verificados em agosto de 2019. O líder da seita, o missionário Romildo Ribeiro Soares, é um dos muitos líderes evangélicos aliados de Jair Bolsonaro, e se reuniu pessoalmente com o presidente este ano, em duas ocasiões, em agosto e em novembro – na primeira delas, também estavam presentes o então secretário da Receita, Marcos Cintra, o ministro da Economia, e o deputado David Soares (DEM-SP), filho do religioso.
É importante ressaltar que a maior parte da dívida da Igreja Internacional é com a Previdência, e se refere a valores não pagos sobre a folha de pagamento dos seus funcionários – entre os quais se incluiriam até mesmo alguns pastores.
A segunda colocada do ranking de religiosos devedores é a também neopentecosl Igreja Mundial do Poder de Deus, do pastor Valdemiro Santiago, cujo valor não pago à Receita é de R$ 83 milhões – dos quais R$ 5,7 se referem a contribuições ao FGTS que não foram pagas. Assim como Soares, Santiago também iniciou seu projeto próprio depois de sair da Igreja Universal do Reino de Deus.
O bronze no ranking é de uma organização católica, a Sociedade Vicente Pallotti, com sede na cidade de Santa Maria (RS), que deve R$ 61 milhões à União, sendo quase a totalidade desse valor (R$ 59 milhões) referente a contribuições previdenciárias.