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Em artigo na edição deste domingo (1º) do jornal O Estado de S.Paulo, a colunista Vera Magalhães disse que ouviu de um ministro que haverá "demissão coletiva" caso Jair Bolsonaro insista no "caminho do arbítrio".
"Um ministro me disse nesta semana que se Bolsonaro insistir no caminho do arbítrio haverá demissão coletiva. Será? Senhores civis e militares, examinem suas consciências: com quanto de abusos os senhores estão dispostos a transigir? Porque um tanto vocês já engoliram em meio a risos nervosos e declarações bizarras", escreveu.
No texto, Vera vai na mesma linha do editorial do Estadão ao defender a tese de que os "flertes" com o autoritarismo - citando como exemplos a declaração de Paulo Guedes sobre o AI-5 e o excludente de ilicitude na GLO de Bolsonaro - estariam atrapalhando a tramitação da "agenda reformista" que, segundo ela, "é boa e necessária".
"O mercado, os conservadores, setores da imprensa, partidos como o Novo, outros ministros de Estado, eleitores que não se enquadram na categoria “mínions”, deputados e senadores estão no mesmo barco. Até quando será possível entoar o discurso de que a agenda reformista é boa e necessária e condescender com o inadmissível?", disse, conclamando agentes do neoliberalismo.
No artigo, obviamente, não faltou a comparação com a "esquerda" - capitaneada por Lula - e a conclamação para que setores da sociedade, como os demais poderes, a OAB, a imprensa, a "população" e "partidos responsáveis" coloquem "mecanismos de freios" para parar Bolsonaro.
"É inadmissível que o presidente invista de forma deliberada contra a sociedade civil organizada, nomeando para cargos públicos – portanto aparelhando, assim como acusava a esquerda de fazer – pessoas imbuídas única e exclusivamente do espírito de promover revanche e retaliar uma parte do povo brasileiro. Um presidente não pode escolher para quem vai governar nem lançar instrumentos de Estado para perseguir aqueles a quem abdicou de representar. Isso o tira dos trilhos delimitados pela Constituição, e deveria ser razão para que os demais Poderes, a OAB, a imprensa, a população e os partidos responsáveis usassem os mecanismos de freios e contrapesos disponíveis no mesmo ordenamento jurídico que vem sendo sistematicamente aviltado para pará-lo", declara a jornalista do Estadão.